Título da redação:

Cultura do desperdício

Tema de redação: Desperdício de Alimentos: fome no Brasil e os decorrentes impactos naturais

Redação enviada em 25/10/2016

No século XVIII, houve a Revolução Industrial, contribuindo para a elevada mecanização e desenvolvimento através do aprimoramento dos modos e meios de produção tendo como consequência um contingente de sete bilhões de pessoas no planeta. Mesmo com tal fato histórico, o mundo possui um bilhão de indivíduos que passam fome, dentre eles o Brasil, que se destaca pela grande contradição alimentícia. Em primeiro aspecto, destaca-se que o país tem sua economia baseada no agronegócio, sendo um dos maiores produtores de alimentos. Todavia, de acordo com o IBGE, em 2013, sete milhões de pessoas passam fome ou há uma insegurança alimentar, o que contrapõe-se a realidade, pois tem comida para todos, mas não chega a eles devido as condições socioeconômicas e também a cadeia logística em decorrência da falta de estrutura do estoque e escoamento das mercadorias. Em segundo plano, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, 30% de tudo o que é produzido é desperdiçado e perdido antes de chegar ao consumidor, o que equivale a perda de três trilhões de reais. A deficiente infraestrutura de tais setores somado a padrões estéticos na escolha dos alimentos e a compra excessiva faz com que o Brasil desperdice 50% do alimento produzido e fique entre os dez no ranking mundial, descartando 41 mil toneladas por ano. Ademais, com a falta de gestão pública e privada, e a ausência de consciência da sociedade, essa situação permanecerá. Com o aumento da demanda e o crescimento demográfico, gastará ainda mais financeiramente e irá exaurir o solo com tantos agrotóxicos para o plantio e colheitas rápidas, sem preocupar com a biodiversidade, escassez de água e a emissão de carbono, sendo que se parasse de jogar no lixo mantimentos ainda bons, teria o suficiente para nutrir toda a nação sem cobrar mais da natureza. Portanto, por efeito da má distribuição de renda e estrutura fundiária, faz-se necessário que o poder Executivo e Legislativo faça a redistribuição através de bolsas auxílio e reforma agrária, para garantir acesso a condições de compra e plantio para subsistência, como também minimizar a rigidez da Segurança Jurídica Regulatória, permitindo a doação de alimentos que são descartados apenas por aparência. Ainda é preciso que ONG’s alertem através de campanhas que a fome ainda é uma realidade e seria fácil de mudar isso com a alteração de hábitos alimentares e essa cultura do desperdício.