Desde o surgimento do homem no mundo, a alimentação e o desenvolvimento agrícolas eram fundamentais para garantir a prosperidade da espécie humana. Hoje, já são mais de 7 bilhões de pessoas no planeta dependendo desses recursos e da alimentação, cada vez mais. Entretanto, embora o consumo seja grande, há muito desperdício de alimentos e consequentemente, o desperdício de recursos naturais que foram utilizados para a obtenção desses, o que causa impactos ambientais graves. Com isso, surge a problemática do desperdício, da fome e dos impactos naturais que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela má distribuição da comida, seja pela lenta mudança da mentalidade social. É indubitável que a questão da má distribuição da comida esteja entre as causas do problema. De acordo com o relatório do Estado da Insegurança Alimentar no Mundo, cerca de 13 milhões de brasileiros ou passam fome ou sofrem de desnutrição; por outro lado, 30% de toda produção agrícola é desperdiçada. Ou seja, há a concentração de produção e de distribuição atenuada apenas em polos específicos no país – como é o caso das grandes cidades brasileiras - enquanto em áreas mais afastadas, principalmente a população de baixa renda sofre com a falta deles. Assim, nota-se que a má distribuição de alimentos como uma das causas da fome no Brasil. Outrossim, destaca-se a cultura do desperdício como agravante do problema. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, coercitividade e generalidade. Seguindo essa linha de raciocínio, percebe-se que o desperdício de alimentos se encaixa na teoria do sociólogo, uma vez que, se uma criança vive em uma casa onde seus familiares assumem esse comportamento de perda exagerada da comida, tende a adotá-lo por conta da vivência em grupo. Assim, esse fato social, transmitido de geração em geração, contribui para aumentar o contratempo no Brasil. Entende-se, portanto, que a má distribuição aliado com o desperdício em massa contribuem significativamente para a causa. A fim de atenuar o problema, os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário devem, respectivamente, criar, executar e fiscalizar leis que proíbam o descarte de alimentos em bom estado de conservação, aplicando-as principalmente para supermercados, feiras ao ar livre e varejões. Além disso, a mídia – através dos meios de comunicação – precisa divulgar campanhas de abrangência nacional na televisão para conscientizar a população sobre o exagerado desperdício presente tantos nas casas quanto nas indústrias. Dessa forma, esse incômodo será gradativamente minimizado no país.