O Brasil é um país abundante em recursos naturais, com uma rica biodiversidade, clima tropical adequado para o plantio e um solo extremamente fértil. Entretanto, apesar de todos esses atributos, o país continua com um índice considerado alto de indivíduos em situação de periculosidade alimentar e que sofrem com a fome ou estão desnutridos.O desperdício de comestíveis não é um problema atual, sendo verificado desde a época do ciclo da economia açucareira no país, por exemplo. O acesso ao bem-estar e à qualidade de vida são direitos intrínsecos aos seres humanos e, para que isso seja efetivado, é necessário que os indivíduos tenham pleno acesso, principalmente, à alimentação. Porém, a teoria não condiz com a prática, uma vez que a FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – revela que, aproximadamente, 1 em cada 9 pessoas sofrem com situações de fome. No Brasil, tal cenário se repete, afinal, 1,7% da sociedade brasileira está em estado de perigo alimentar, apesar da grande quantidade de terras produtivas, sendo um dos principais motivos a falta de meios de transporte mais eficientes e a perda de alimentos durante o processo produtivo. Outro fator é a falta de políticas públicas que conscientizem e instruam a população acerca desse cenário. O documentário ‘’Lixo extraordinário’’, de Vik Muniz, retrata o maior aterro sanitário do mundo, situado no Rio de Janeiro, retratando a realidade dos trabalhadores que ali trabalham diariamente e que, muitas vezes, são obrigados a retirar a própria alimentação do local. É possível observar as consequências ambientais do excesso de resíduos na terra tupiniquim, como a liberação elevada de CO2 e a poluição , além da dificuldade em conseguir comida, seja pelos altos preços ou desperdício exacerbado, criando uma grande contradição: uma das nações com terras mais eficientes e com a 5º maior extensão territorial, é um dos que mais sofrem com a falta e perda de alimentos no planeta. Para que tal impasse seja solucionado, é primordial que o Governo, juntamente com o setor privado agrícola, se unam e aperfeiçoem a qualidade do processo de comercialização e melhorem o transporte dos produtos, atenuando os desperdícios alimentícios. Ademais, é inexorável que a mídia, juntamente com as instituições de ensino brasileiras, promovam palestras que incentivem o consumo consciente e sustentável, mostrando desde a tenra idade sobre a importância da racionalidade ambiental nos dias atuais. Por fim, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome devem realizar projetos que minimizem os desperdícios, de modo que o sistema de distribuição seja aprimorado e a comida chegue a todas as regiões.