Título da redação:

Condicionantes da fome e do desperdício de alimentos no Brasil

Tema de redação: Desperdício de Alimentos: fome no Brasil e os decorrentes impactos naturais

Redação enviada em 20/10/2016

A partir da Revolução Verde o mundo começou a ter uma disponibilidade de alimentos muito maior. Em virtude disso, acentuou-se a problemática do desperdício e também da falta de alimentos em alguns países, apesar de a produção de mantimentos ser suficiente para alimentar toda a população mundial. Nesse sentido, a realidade no Brasil também se assemelha a essa conjuntura, ademais, se apresenta em um grau muito mais elevado pelo fato de o principal setor da economia brasileira envolver o agronegócio. Tangente a esses aspectos, a economia focada no setor primário no Brasil faz com que a produção de alimentos seja muito maior que a média mundial. Em virtude disso, a realidade de desperdício costuma ser comum no cotidiano das famílias brasileiras. Porém, por consequência das pressões do mercado, muitas áreas de abastecimento do mercado interno estão sendo substituídas pela produção de soja, o que torna os alimentos mais caros e acentua a problemática da fome nas famílias mais pobres. Nesse sentido, o Brasil acaba possuindo uma parcela elevada da população dentro do quadro da fome para um país com grande produção de mantimentos. Além desses fatores, também é possível delimitar como causadores do desperdício as etapas durante a produção e após a produção, como o manuseio errado e o desperdício no transporte, que no Brasil por ser principalmente rodoviário, acaba havendo grandes perdas pelo transporte inadequado e, também, pelos acidentes frequentes. Ademais, a mentalidade consumista leva as pessoas a não terem uma conscientização no momento da compra de produtos orgânicos. Em virtude disso, muitos se estragam ou são desperdiçados pela abundância deles nas residências das classes mais abastadas. Nesse sentido, o individualismo acaba sendo um fator preponderante para a intensificação do processo de desperdício, pois a ausência do princípio da alteridade nas sociedades atuais faz com que muitos não realizem o fato de que existe um grande contingente populacional que passa fome no Brasil, principalmente nas regiões em que as condições de cultivo são prejudicadas pelo clima e pelo solo infértil. Dessa forma, a fome não é decorrente da falta de alimentos, mas de uma falta de conscientização por parte da população e, também, pela distribuição inadequada dos cultivos, que são voltados mais para as demandas do mercado do que para o abastecimento da sociedade. Desse modo, fica evidente que a problemática do desperdício aliada com as desigualdades sócias são os principais fatores para a presença da fome no Brasil. Logo, o Ministério do Transporte deve mudar a sua política e fazer com que o transporte ferroviário seja predominante. Isso pode ser feito por meio de com investimentos em projetos de construção de ferrovias que liguem os principais pontos de produção de mantimentos com os centros de consumo e, também, por incentivos fiscais para aqueles que optarem por essa modalidade de transporte. Por outro lado, é preciso que as escolas criem um programa de ensino voltado para a consciência do consumo, para que a sociedade seja conscientizada desde a infância e, assim, mude a conjuntura com o decorrer do tempo. Por fim, é preciso que a mídia e o Poder Público façam uma ação em conjunto para divulgar as campanhas de doação de alimentos, além de criar incentivos fiscais para aqueles que se registrarem nessas campanhas e para as grandes redes de supermercado que apoiarem tais ações, pois assim o princípio da alteridade será exercido na atual sociedade brasileira e a fome poderá diminuir consideravelmente.