O Brasil é um país tropical e a sua grande dimensão latitudinal favorece a diversidade e à riqueza de recursos naturais. No entanto, é uma das nações que apresenta os maiores índices de desperdício de alimento no mundo. Isso se evidencia pela má gestão na cadeia produtiva de mantimentos em consonância ao hábito de consumo dos brasileiros. Dois fatores que colaboram para o aumento da fome no país e para grandes impactos ambientes. O desperdício de comida no Brasil ocorre desde a sua colheita até o seu consumo pelos brasileiros. Toneladas de frutas, vegetais, legumes e entre outros são jogados no lixo diariamente. Essa má administração, diminui a oferta de produtos e com a elevada demanda por eles, seus preços aumentam. Por conseguinte, o gasto do povo brasileiro com alimentação atinge 60% do salário mínimo, valor que afeta a população carente, no qual 1,7% vive em situação de insegurança alimentar. Diante desse fenômeno, percebe-se que há comida em abundância, todavia, ela não é distribuída adequadamente. Outrossim, o brasileiro apresenta um mau hábito de consumo: compra exageradamente e não aproveita todas as partes do mantimento, como cascas, talos e entre outras, que são nutritivas e saudáveis. Prática que acarreta em maleficio para toda a sociedade. Para o sociólogo Karl Marx, quanto maior o consumo, maior a produção. Ou seja, se a demanda aumenta o plantio e as áreas cultiváveis também crescem e com isso, amplia-se o uso de agrotóxicos e fertilizantes que são prejudiciais ao meio ambiente, conduzindo à poluição dos mananciais, ao desequilíbrio na cadeia alimentar dos animais e na escassez dos recursos não renováveis. Dessa maneira, o desperdício de alimentos no Brasil, que é favorecido pelo mau hábito de consumo da população, aliado à má gestão da cadeia produtiva, causam a fome e a destruição do meio ambiente. Para diminuir a quantidade não aproveitada de alimentos, a população deve conscientizar-se quanto ao consumo sustentável. Para isso, o terceiro setor pode atuar nas cidades, dentro de supermercados e comércio, levando cursos e ensinando aos indivíduos os valores nutricionais, além de como utilizarem todas as partes dos mantimentos, o que irá diminuir a quantidade comprada e os gastos. Ademais, o setor primário deve investir em tecnologia, aprimorar máquinas e mão de obra, evitando que os produtos estraguem durante todo o seu percurso , do plantio até a mesa dos consumidores. Com essas atitudes, a oferta poderá ser maior que a demanda, induzindo na diminuição dos preços e tornando mais democrática a distribuição de comida. Desse modo, a população e o meio ambiente serão menos impactados com o mau uso dos alimentos, que são tão abundantes no país, mas analogamente, tão mal distribuídos e utilizados.