Em suas célebres cartas, Pero Vaz de Caminha dizia que, em terras brasileiras, o que se planta, se dá. Visto o potencial agrícola do Brasil, esta é uma realidade inegável. No entanto, a forma como atualmente a agricultura brasileira está organizada não favorece à solução do problema da fome e dos impactos ambientais causados por ela. O sistema agrícola brasileiro é herdeiro do sistema Plantation. O objetivo dele é a agroexportação de monoculturas como a laranja, o milho, a soja e a cana-de-açúcar. Embora, a produção de alimentos seja a base de nossa economia, toneladas destes produtos e recursos naturais são desperdiçado com todo o processo de exportação. O pior é que, devido a uma logística precária e inviável, estes alimentos dificilmente chegam às mesas de milhões de brasileiros famintos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a segurança alimentar está ligada à qualidade e à diversidade dos alimentos consumidos. Neste sentido, a agricultura familiar, possui um papel interessante. Para a questão da fome, estas pequenas propriedade são capazes de produzir diversos tipos de alimentos próximos a comunidades carentes. Para o meio ambiente, sua produção está ligada à demanda do comércio local, evitando assim, o desperdício, especialmente, de recursos naturais. Embora o agronegócio tenha a sua importância, políticas, como a reforma agrária, devem ser aplicadas para a redução de parte dos latifúndios e uma maior distribuição de terras entre camponeses. O governo deve criar programas de incentivo à agricultura familiar com verbas, consultorias e maquinários. Além disso, os alimentos não aproveitados devem ser utilizados em máquinas que transformam lixo orgânico em biocombustível. Eis algumas medidas que minimizam a fome e a degradação do meio ambiente.