A questão da violência policial é uma problemática que divide a opinião da sociedade quanto à necessidade ou não da desmilitarização. Apesar de serem instituições extremamente importantes para a manutenção da ordem social, as polícias brasileiras convivem com falhas que se mostram letais à população civil e aos próprios policiais que ainda precisam conviver com a degradação mental que envolve o exercício da profissão. Percebe-se que o atual método de enfrentamento ao crime vitimiza, de forma alarmante, os próprios policiais envolvidos nessa atividade. Segundo dados da Polícia Militar (PM), o percentual de agentes mortos nos últimos 20 anos supera a porcentagem de soldados norte americanos que foram à óbito durante a Segunda Guerra Mundial. Assim, estudos como esse demonstram a ineficácia da atuação militarizada que se baseia mais no embate direto com a criminalidade em detrimento de táticas de prevenção ao aumento da violência, comprometendo a segurança dos indivíduos responsáveis pela preservação da ordem na sociedade. Outrossim, é notório que o excesso de estresse envolvido no combate ao crime afeta diretamente a saúde psicológica dos policiais. De acordo com registros da PM, cerca de 30% dos afastamentos de agentes ocorrem por degradações do bem estar mental desses indivíduos. Esse grau elevado de problemas psiquiátricos que atingem o efetivo policial prejudica o exercício da profissão e põe em risco a segurança da população civil. Vista a problemática que envolve a atuação da polícia militar, cabe ao Estado a unificação das polícias e a mudança do foco de ação para a prevenção da criminalidade. É dever do Ministério da Justiça capacitar agentes para oferecerem palestras em áreas violentas, visando, por meio da conscientização, afastar a população da prática de crimes. Ademais, também é papel desse órgão oferecer , de forma constante, acompanhamento psicológico aos policiais, objetivando diminuir a sobrecarga emocional que os atinge e otimizar o exercício profissional deles.