A Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais publicou, em 2015, o mapa da violência, conforme o qual, entre 1980 e 2014, mais de oitocentas mil pessoas morreram por disparos de armas de fogo. Simultaneamente, indústrias bélicas brasileiras – como a Taurus e a Companhia Brasileira de Cartuchos – ganharam destaque internacional e vultuosos lucros, enquanto financiavam setores do governo nacional. Estes grupos da administração pública apoiam a ideia de armar a população a fim de diminuir a criminalidade, porém não colocam em debate o fato de ser essa uma solução precária para as falhas do sistema público de segurança, a qual também alimentará os lucros da indústria bélica no Brasil. Como supracitado, a segurança oferecida pelo Estado é deficiente. Faltam policiais nas ruas – os atuantes, em maioria, não recebem uma capacitação eficiente para proteger os cidadãos – as cadeias são insuficientes para abrigar todos os criminosos e o sistema judiciário, em geral, é afetado pelo excesso de burocracia em seus processos criminais. Por isso, uma parcela dos cidadãos acreditam na teoria falaciosa da posse de armas por civis como forma de proteção. Todavia, em 2013, na capital paulista, segundo a revista Veja, de 45 boletins de ocorrência de latrocínio em 25 deles foi registrado reação da vítima como causa da morte. Além disso, o financiamento concebido pela indústria de armas leves ao setor do congresso nacional conhecido como “bancada da bala” não é um fato bem divulgado para a maior parte dos brasileiros. Pois, se assim o fosse, talvez os apoiadores de tal teoria pudessem contestar se a revogação do Estatuto servirá ao aumento da segurança da sociedade ou aos lucros da indústria bélica nacional. Portanto, a solução para a violência em uma sociedade dita civilizada não deve estar em elevar o número de armas legais nas ruas, mas sim em melhorar a educação e dar oportunidade aos grupos vulneráveis da sociedade. Ademais, o Estado deve elevar o número de policiais nas ruas e capacitá-los para um melhor atendimento ao povo, principalmente, sem o uso de armas letais. Por fim, por meio dos canais televisivos, sites e programas nas rádios do governo, é preciso que, ao pôr um tema em pauta no Congresso, os benefícios e danos previsíveis às diversas classes sociais sejam expostos a todos os cidadãos.