Em 2016, na Avenida Paulista, uma mulher que participava do Movimento dos Trabalhadores sem Teto foi golpeada por um policial. Cenas como essa, que retratam as violações do policiamento no Brasil, geram questionamentos a respeito do papel e estruturação da Polícia Militar – PM em uma sociedade dominada pela cultura do medo. Durante a Ditadura Militar (1964-1985), o Brasil conheceu a separação das polícias Civil e Militar. Enquanto aquela ficou restrita à investigação e a apuração de crimes, esta ficou responsável pela preservação da ordem pública. No entanto, como resquícios da ditadura, a PM manteve uma postura repressora e abusiva de ataque ao inimigo. Tal lógica é pautada no enfrentamento e na garantia da ordem acima de direitos. Com isso, episódios como o Massacre de Carandiru (1992), no qual 111 presos foram assassinados, colocam em discussão a estruturação do órgão ostensivo brasileiro. Apesar de serem pautados em um padrão operacional violento e de guerra, os abusos de nossos agentes são legitimados por parcela da população. Esta, em estado de violência, ver os policiais como “heróis vingadores”. Entretanto, para garantir a segurança pública, seria ideal que as corporações fossem unificadas em um ciclo completo a fim de serem preparadas tanto para o policiamento quanto para questões jurídicas. Desse modo, fica evidente a disfunção da segurança pública brasileira. Estagnada em 1964, a polícia militar precisa ser restruturada para proteger a população e não como agente repressor do Estado. Isso poderia ser feito com a parceria entre as esferas Federal e Estadual com o objetivo de integrar e instruir as corporações por meio de treinamento e equipamentos adequados e um alinhamento as normas que respeitem os direitos humanos, como os “Princípios Básicos do Uso da Força” das Nações Unidas. OBS.: Não consegui alinhar as margens.