Vivemos, atualmente, numa sociedade extremamente violenta. A polícia militar brasileira não é só a que mais morre, como é também a que mais mata – também dentro e fora de confrontos. A militarização da polícia trata do tipo de formação que é dada para aqueles que virão a ser os responsáveis por manter a ordem e segurança das cidades. Temos uma polícia treinada para confrontos com inimigos essencialmente perigosos, que vem a atuar, na maior parte do tempo, em rondas do dia a dia, no convívio com pessoas que nem apresentam perigo aos demais cidadãos. Esse tipo de formação apresenta muitos problemas exatamente porque não condiz com a atuação que os mesmos terão. Enquanto formandos, são submetidos a um regime extremamente hierarquizado, e muitas das vezes, seus direitos são negados. Recebem tratamentos completamente inadequados. Não aprendem a lidar com situações cotidianas, abordagens simples, cuidado com a população, aprendem a lidar com o perigo que pessoas violentas podem oferecer. E quando os mesmos chegam às ruas, passam aquilo que aprenderam na academia. Passam a atuar de forma violenta, classificando por esteriótipos, vendo qualquer um como risco potencial. E assim como tiveram seus direitos cortados, acabam cortando os direitos da população a qual deveria proteger, fazendo com que estes sintam mais medo do que confiança. Ter uma polícia militarizada não condiz com a tarefa que cabe aos mesmos. É preciso que aconteça reformas na força policial, na divisão de suas tarefas e campos de atuação. Para que estes recebam a formação condizente, respeitando os seus direitos como cidadãos e que garanta maior chances de sucesso na proteção da população.