Na sociedade vigente, muito se discute sobre a proposição de unir as polícias militar e civil, que está sendo bastante criticada pelo setor mais conservador. Este, parece esquecer que a desmilitarização, feita de forma eficiente, é capaz de trazer benefícios de caráter econômico e de bem-estar aos militares e ao corpo social. O processo de desmilitarização corrobora a instrução militar isonômica, favorecendo a economia brasileira. A atual divisão das polícias estaduais exige investimentos distintos na formação de setores comuns, o militar e o civil. No entanto, a unificação policial, sob o ponto de vista econômico, reduziria os custos com a especialização dos profissionais, visto que os recursos seriam destinados a uma só formação. Já sob a óptica da manutenção dos direitos, unificar as polícias asseguraria aos oficiais o fim do submetimento à Justiça Militar, muitas vezes abusiva e justificada pela égide da hierarquia nos quarteis. Entretanto, unir as polícias é um processo gradual e tem de ser feito da maneira correta, diferentemente do método atual. Este, capacita o militar para a guerra e privilegia a repressão truculenta. Essa situação, ao se tornar prática, é arraigada à cultura nos quarteis e, consequentemente, na sociedade. Desta maneira a unificação por si só, além de não ser imediata, não soluciona o desrespeito dos direitos. Logo, uma desmilitarização precisa atingir as práticas e impossibilitar tudo o que matém viva a cultura de hostilidade. Assim, a união das polícias militar e civil é necessária; mas de forma eficiente, começando pela submissão dos desvios de conduta dos oficiais à justiça comum e capacitando-os de maneira que seus direitos sejam respeitados. Outrossim, é dever do Estado proporcionar as condições de igualdade e punição de forma eficaz, supervisionando o cumprimento dos deveres e respeitando os direitos dos profissionais.