A desmilitarização tem como objetivo tornar a Polícia Militar (PM) parte da Polícia Civil. Além do mais, ela visa desmantelar a configuração militar da PM, onde os treinamentos de guerra e a rígida hierarquização fazem parte da sua estrutura funcional. Isso, devido a graves problemas enfrentados com relação a crimes contra os direitos humanos. No entanto, é possível ter uma polícia militarizada de qualidade e ainda extrair benefícios desse modelo. A polícia militar pode ser eficiente e atender as leis relacionadas aos direitos humanos. Na França, de onde inclusive se criou a polícia militar, o sistema de segurança pública é referência no mundo. Ademais, não se tem apenas uma polícia eficiente, mas também uma que respeita as pessoas e as leis. Lá, os agentes de segurança e a sociedade vivem em reciproca simpatia. Além disso, as leis atuais que regem a PM trazem benefícios, de certo modo, em alguns momentos críticos para a população e para governo. Em 2014, em pleno início da Copa do Mundo, a polícia civil de Brasília entrou em estado de greve, o que é permitido pela lei civil. Assim, os times de futebol que estavam hospedados na capital ficaram sem escolta e, por isso, a PM foi enviada para realizar tal trabalho. Nesse caso, os policiais civis esperaram um momento sensível para travar uma luta por melhores salários, que já são maiores do que os da PM. Portanto, pode-se buscar melhorias para o sistema militarizado brasileiro que há muitos anos nos protege. As Forças Armadas devem buscar avanços e treinamentos para o sistema militar e policiais, respectivamente. Além do mais, o governo deve incentivar os programas que possam estreitar o relacionamento da sociedade com os policiais, tais como: visitas às corporações e divulgação de atividades e ações realizadas para a proteção da sociedade. Os principais problemas são a falta de treinamento e um sistema policial degradado e não a configuração militarizada da polícia.