Em 1992, o “Massacre do Carandiru” ficou marcado como uma das piores tragédias cometidas pela polícia militar. Contudo, no século XXI, o que se observa é que ainda esses episódios persistem em acontecer, o que abre espaço para o debate sobre a desmilitarização da polícia militar. Diante disso, vale ressaltar que essa proposta não se mostra adequada, devido que a real necessidade é uma reforma nessa instituição. Dessa forma, é necessário analisar essa temática para posteriormente apontar suas soluções. Primeiramente, nota-se que é preciso ocorrer mudanças na forma de preparar os novos recrutas. Uma vez que no atual modelo os soldados são treinados da mesma forma que as Forças Armadas, ou seja, fazem uma intervenção repressiva que visa combater o inimigo externo. Um exemplo que remete a essa situação ocorreu no Rio de Janeiro, em que servidores públicos que protestavam contra a privatização da companhia estadual de água e esgoto foram violentamente oprimidos. Nesse sentindo, fica claro que medidas devem ser inseridas para impedir essa forma de comportamento. Ademais, é importante salientar que a relação entre os “PMs” e a sociedade tem como característica ser bastante superficial. Isso se deve, em razão de uma pequena parte da corporação está presente nas ruas, no qual o restante permanece dentro dos quartéis. O que resulta em uma falta de contato desses profissionais com a comunidade. Por conta disso, fica evidente que a carência de diálogo é a responsável pela selvageria de tropas com os cidadãos, sendo fundamental encontrar meios de aproximar esses agentes da população. Perante a esse contexto, observa-se que a polícia militar não requer uma desmilitarização, porém urge a necessidade de se promover reformas. Portanto, em um primeiro plano, é crucial que a instituição possa introduzir novos métodos de treinamentos que garantam a ordem sem ferir os direitos humanos, como adotar a formação praticada pelos “Carabineiros”, polícia chilena, referência mundial em segurança pública, por meio de intercâmbios em que oficiais tragam esses conhecimentos e aplique em seus batalhões. Além disso, é primordial que os Governos Estaduais possam aumentar os números de policiais presentes no cotidiano das cidades, em que se possam construir postos de patrulha em locais de grande movimentação urbana, como em praças, parques e centros urbanos. Com isso, pode-se, enfim, reestruturar essa Instituição para uma melhor execução de sua função, pois como disse o grupo musical Titãs: “Polícia para quem precisa”.