O debate em torno da desmilitarização da polícia reacendeu-se, atualmente, com a crise de segurança pública. Diante desse cenário de guerra, medo e desrespeito, a desmilitarização aparece como reforma para promover uma polícia menos violenta e mais preocupada com os direitos humanos e a cidadania. Entretanto, a ideia de polícia ainda é falha, haja vista que o Estado se refere ao suporte para a manutenção da ordem em ocasiões de conflitos, e não para a importância de superar a criminalidade. Primeiramente é válido apontar que ao longo dos anos obtiveram-se mudanças no regime militar, mas que ainda não é o ideal. Por muito tempo, a polícia militar era conhecida pelos rituais de sofrimento em treinamento, um dos principais fatores da alimentação de violência policial. Privação de sono, pauladas, assédio moral, humilhação praticados pelos superiores são exemplos dessa realidade que aos poucos foi moldado, porém, ainda permanecem distorcidos os valores militares, tais disciplina, hierarquia e patriotismo. Nesse contexto, o sistema atual necessita que a doutrina militar siga corretamente seus valores, sem distorções para evitar práticas de atos indevidos. Além disso, a construção da polícia militar de forma estratificada de castas é um fator para discussão. Segundo a revista Isto é, o número de denúncias de má qualidade no atendimento das Policias Civil e Militar de São Paulo cresceu 42% no Estado nesse ano. Todavia, o salário desvalorizado das tropas de frente promove um descontentamento entre os policiais, o que difere os oficiais que ganham mais e os soldados que ganham menos. Assim, observa-se que uma polícia segregada não é o ideal para a promoção da equidade entre os mesmos. Torna-se evidente, portanto, que é necessária uma reforma urgentemente no conjunto de polícias. Dessa forma, o poder Executivo deve impor leis da constituição no poder Militar, para denunciar e punir as repreensões, assassinatos e abusos de poder cometidos pela própria polícia militar, civil e federal. Como também, tornar as polícias segregadas em um único poder, assim, as polícias não seriam inimigas entre si devido à estratificação de castas. Dessa maneira, todos os lados sairiam ganhando e a população teria confiança no poder policial.