Questões como a desmilitarização da Polícia Militar dizem respeito ao modo como o ser humano lida consigo mesmo e com os outros. Na verdade, faz se necessário considerar o quanto todos contribuem ou se omitem frente à realidade em que vivem ou que desejam edificar. De fato, para se ter uma polícia que não seja treinada para guerra, porém, apacitada para atender as necessidades da população, não basta desejar ou defender propostas de mudança. Projetos como a Desmilitarização, iniciativas voltadas para o bem-estar da sociedade, por se só não passam de palavras que se perdem na inercia. Em suma, propostas sem ação, são como sonhos sem realidade: meras utopias. Além dos efeitos nocivos da omissão, faz-se preciso considerar as consequências de certa expectativa popular. Em geral, se é ensinado a esperar de políticos, do poder legislativo e do Estado uma saída para a violêcia que encontra-se enrraizada no Brasil. É por esse viés, e outros, que faz quase metade da população brasileira acreditar que a culpa da violência encontra-se na militarização da Polícia. Dessa forma as esperanças são convertidas em espera. Parafraseando o poeta Carlos Drummond de Andrade, havia uma pedra no meio do caminho. Nessa pespectiva o obstáculo da sociedade brasileira, representado pela pedra é a violência com a qual é treinada a Polícia Militar. Poe esse motivo, primordialmente cabe ao Estado - com seu poder abarcativo - não necessáriamente desmilitarize a Polícia, mas sim reveja a forma de como esta está sendo prepararda para atender as necessidades da população brasileira. Em segundo lugar, seria interessante que os centros de treinamento - como formadores de opinião - através das novas medidas que em tese seriam adotadas, focassem em acabar com o sentimento de iniputabilidade que rodeia o Brasil do Amapá ao Rio Grande do Sul. Pois, como ja disse René Descartes: "não há soluções fáceis para problemas difíceis".