Nos últimos anos, a questão da segurança pública tem se tornado talvez o maior percalço social do Brasil. Dessa forma, muito vem sendo discutido a respeito do papel das diversas categorias policiais na redução dos impactos dessa problemática, sendo a desmilitarização da polícia militar uma bandeira defendida por parte considerável de alguns influentes setores sociais. No entanto, é preciso avaliar tais medidas com extrema cautela, tendo em vista as reais necessidades apresentadas pelas circunstâncias. É infeliz, porém verdadeira, a constatação de que o Estado tem falhado miseravelmente em sua missão de garantir a segurança do cidadão brasileiro. Segundo estatísticas, em 2017, foram 60000 homicídios registrados no país, o que representa aproximadamente 10% da estatística mundial, ou seja, a cada 10 pessoas assassinadas no mundo, uma é brasileira. Sendo assim, diante da alarmância de tais dados, uma surgente e expressiva proposta encontra-se na desmilitarização da polícia militar, que reduz e, eventualmente, exclui as práticas militares dos treinamentos e da formação dos oficiais, considerando que tal aspecto da corporação, segundo os defensores do argumento, é o alicerce de uma ação truculenta, contribuinte de uma violência ainda maior. Entretanto, essa - infelizmente - é uma visão pouco realista da verdadeira magnitude da questão. Querendo ou não, as hierarquias militares são de fundamental importância na formação de um profissional atuante na linha de frente contra o crime, levando em conta seus princípios de disciplina e respeito, além do imprescindível preparo físico e psicológico exigido. Por outro lado, uma medida mais adequada à atual realidade brasileira está na implementação de um ciclo completo de polícia. Sendo responsabilidade de uma ação conjunta entre o Governo Federal e as esferas estaduais e municipais, essa proposta basicamente se trata em aliar de forma mais eficaz o trabalho da polícia militar e civil. Em suma, por meio de uma atuação plena, as instituições policiais podem - com mais eficiência - tratar da prevenção, pra repressão e da investigação de crimes. Portanto, ao contrário da desmilitarização, essa proposição, de fato, seria benéfica para o cidadão comum.