"O homem é a medida de todas as coisas", a frase de Protágoras leva à reflexão que uma coisa é boa ou má de acordo com a opinião dos homens. Assim, é necessária discussão para chegar a um consenso, que seria o melhor para a maioria. Dessa forma, o debate acerca das drogas ganha cada vez mais força, pois o problema passou a ser tratado como uma questão social e de saúde pública. Diante disso, está em votação no Congresso a descriminalização da maconha, um importante passo para a legalização, visto que a possível estagnação apenas em descriminalizar seria ineficiente para soluções concretas. Descriminalizar significa apenas retirar do consumo de drogas o caráter criminoso, no entanto, o ato continua sendo ilícito. Logo, a legalização é mais efetiva, pois haveria a criação de um mercado de produção, comercialização e consumo com regras pré-determinadas, incluindo tributação dos produtos e a restrição da venda. Ademais, o dinheiro a ser arrecadado com os impostos poderia ser aplicado no tratamento de dependentes no sistema público de saúde. Portanto, a atual política repressiva do país está obsoleta, sendo visível sua ineficiência. Na "guerra contra as drogas" os vencedores são os fabricantes de armas, que lucram com qualquer guerra. No Brasil, ela é responsável por taxas de homicídio crescentes e grandes índices de letalidade e de mortalidade de policiais. Ao contrário dos discursos conservadores, é legalizando, não proibindo, que se pode regular e impor normas ao mercado das drogas. Outrossim, o início da evolução na garantia dos direitos individuais seria com a maconha descriminalizada, por ser mais branda e de mais fácil controle. Em comparação com outras drogas, a erva é menos viciante e prejudicial, cerca de cem vezes mais segura que o álcool. Além disso, facilitaria o uso medicinal da "cannabis", principalmente no tratamento da epilepsia. Por conseguinte, é preciso que aconteça um amplo debate a respeito da questão das drogas, realizado em repartições públicas, empresas, escolas e igrejas. O poder legislativo deve elaborar uma lei eficiente para a descriminalização da maconha, com contínuas discussões e aprimoramentos a fim de que se caminhe para a legalização e consequente mudança social. Ademais, é necessário que as redes educacionais, pública e privada, ajam no âmbito da prevenção com campanhas socioeducativas que mostrem os efeitos das drogas no corpo humano, criando uma consciência coletiva a respeito dos malefícios dessas substâncias.