Título da redação:

Cara ou Coroa

Tema de redação: Descriminalização da maconha: evolução na garantia dos direitos individuais ou ameaça à juventude?

Redação enviada em 20/09/2015

Podemos perceber que o debate sobre a legalização da maconha tem ganhado destaque a ponto de ser discutido em uma audiência no Supremo Tribunal Federal, órgão responsável por resolver questões que envolvam a Constituição Federal. Essa discussão leva a uma divisão da sociedade, haja vista que muitos defendem que se trata de um direito próprio e que sua conquista seria considerada pleno gozo da democracia, enquanto outros entendem que a proibição é uma garantia da preservação da saúde tanto de quem quer usa-la, mas também uma garantia de preservação da sociedade. Dentre desse contexto de democracia não podemos deixar de mencionar o Uruguai, país este considerado altamente democrático por ser o pioneiro na América do Sul a legalizar o uso da maconha, permitindo que o Estado controle sua produção, levando ao público consumidor produtos dentro de padrões estabelecidos em parceria com o sistema de saúde, arrecade tributos sobre as vendas, que serão convertidos em melhorias públicas, e determine local de comércio, dando ao usuário uma opção de compra em um ambiente seguro, como farmácias e lojas especializadas, e por controlar todo o sistema (plantação, produção e venda) o Estado consegue controlar o valor de mercado, derrubando a concorrência dos traficantes, diminuindo consideravelmente o poder de aquisitivo e poder de atuação do crime organizado. Certamente a influência uruguaia é absorvida e transformada em motivação ainda maior por quem busca a legalização dentro do território brasileiro, a exemplo disto temos a marcha da maconha, que reúne milhares de pessoas, de diversas classes sociais, e que acreditam que o uso da maconha é um direito próprio e por isso deve ser caber apenas ao usuário sobre o seu consumo. Entretanto, do outro lado da moeda, temos aqueles que acreditam que a liberação da maconha é o primeiro passo para liberar drogas consideradas mais agressivas, como a cocaína e o crack, e, além disso, acreditam que a legalização aumentariam o numero de viciados, o que influenciaria diretamente na questão de segurança pública, haja vista que aqueles que não tiverem condição financeira suficiente para sustentar seu vício, tendem a buscar como fonte de renda atos criminosos, como furtos e roubos, e prostituição. Portanto, acreditam sua liberação seria algo de interesse coletivo e não somente dos usuários, e tendo em vista o aspecto nefasto que pode afetar a sociedade, defendem severamente a sua proibição e sua penalização. Sendo assim, podemos perceber que a maconha não seria a primeira droga legalizada, já temos o álcool, o cigarro e diversos medicamentos, e sua legalização não implica na diminuição dos efeitos negativos sobre a saúde corporal e mental, contudo, o principal fator de pode trazer grande prejuízo a sociedade, está na consciência individual, pois independente da liberação ou não da maconha, cabe a cada um decidir se será usuário ou não, portanto uma ação governamental plausível seria a inserção de matérias que tratem de ética e moral, dentro do ensino fundamental e médio, permitindo o desenvolvimento da capacidade de autoafirmação dos jovens, bem como a implementação de programas e palestras, envolvendo ONGs e mídia, que demonstrem os efeitos das drogas sobre o usuário, permitindo que toda a sociedade seja capaz criar um senso crítico, e determinar suas escolhas sobre as drogas, sejam elas legalizadas ou não.