Desde o surgimento do Iluminismo na França, entende-se que uma sociedade progride somente quando um indivíduo mobiliza-se pelo problema do outro. No entanto, a situação do Brasil perante a reincidência de crimes ambientais contraria a máxima da filosofia iluminista. Sob tal ótica, a repetição desses crimes está atrelada à escassez de punição, bem como à busca desmedida por lucros na sociedade brasileira. Em primeiro lugar, é nítido que os crimes ambientais e a falha na penalidade são recorrentes. Ademais, os crimes ocorridos deixam diversas consequências socioambientais, porém a aplicação de pena para os infratores não é uma delas. Tal realidade permite a reincidência dos crimes contra o meio ambiente, pois gera a sensação de impunidade aos diversos infratores. Dessa forma, o crime socioambiental ocorrido na cidade de Mariana –Minas Gerais, assim como o de Brumadinho, é um exemplo que demonstra a falta de punição para seus autores. Outrossim, evidencia-se no fato da sociedade negligenciar as leis mediante aos lucros. Em vista disso, a exploração demasiada das riquezas naturais advém de uma cultura consumista que não possui educação ambiental. Logo, essa cultura acarreta problemas para o meio ambiente no que tange a conjuntura dos crimes socioambientais. Dessa maneira, o sociólogo Karl Marx afirma que “o sistema capitalista prioriza os lucros em detrimento de valores”. Em síntese, é indubitável que seja dada a devida atenção aos crimes ambientais e sua reincidência. Portanto, para que, de fato, ocorra à aplicação de penalidade aos infratores desses crimes, é necessário que o Poder Legislativo atue junto ao Executivo na criação e aplicação eficaz das leis ambientais. Ainda mais, para que a sociedade reconheça a importância das riquezas naturais, urge que o Ministério da Educação incentive a realização de palestras nas escolas sobre a preservação ambiental, com a participação de pais e alunos e, assim, fazer valer o princípio do Iluminismo.