Consoante o filósofo Paulo Freire, as instituições educacionais deveriam ser providas de "cultura de paz", em que são respeitadas as diferenças e as alteridades de cada cidadão. Partindo desse pressuposto, é notória a importância de se qualificar um indivíduo, independente das características físicas e psicológicas. Todavia, historicamente, o Brasil segrega a institucionalização de pessoas com baixo poder aquisitivo e os que apresentam necessidades especiais, como o caso dos deficientes auditivos, os quais encontram dificuldades para se inserirem no mundo globalizado, configurando um contexto que urge por ser modificado. Em primeira instância, é importante salientar a existência de governos populistas, encetado na Era Vargas, em 1930, em que foram criadas escolas e a massa estudantil cresceu exponencialmente.Entretanto, até a hodiernidade,não foram efetivados, de forma eficaz, projetos de educação inclusiva, abrangendo todos os que precisam de cuidados especiais, de modo a infringir a Constituição Federal de 1988, a qual garante qualidade de ensino para todos. Destarte, os desprovidos de audição enfrentam intempéries ao se matricularem em escolas, visto que poucas instituições possuem aparatos específicos para os "diferentes". Para corroborar tal fato, o Jornal do Brasil afirmou que o índice de inscrições de surdos em escolas mitigou em 2360 pessoas no período entre 2013 e 2016, evidenciando o panorama segregacionista presente no território brasileiro. Faz-se necessário pautar, ainda, que foram engendrados, durante o governo Leonel Brizola, os CIEPs, que são centros educacionais pré-moldados, de ensino integral, público e qualificado, propondo educação inclusiva e diversas atividades extracurriculares, visando à promissora integração dos discentes. Porém, devido aos diversos casos de corrupção e desvios de conduta dos políticos, noticiados diariamente em meios de comunicação, como as televisões, esses projetos foram sucateados, restando, predominantemente, na atualidade, locais com infraestruturas precárias, atrelados ao baixo nível técnico profissional,fomentando possíveis casos de bullying de natureza devastadora na psiquê das vítimas. Infere-se, em virtude do supracitado, que para a proposta de Paulo Freire ser concretizada, cabe ao Governo Federal, na esfera de Ministério da Educação, estabelecer uma porcentagem mínima do PIB, por intermédio de votações,destinada à inclusão social nas escolas, qualificando profissionais para tratarem com normalidade em relação aos deficientes.Dessa forma, será respeitada a alteridade dos indivíduos, uma vez que limitações físicas não impedem o discernimento.