Segundo Paulo Freire, “a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda”. Tal afirmativa, se aliada à contemporaneidade brasileira, resume bem a problemática da deficitária inclusão de surdos no sistema educacional, tendo em vista a falta de estrutura e apoio em grande parte das escolas brasileiras, sendo que tal fato deve ser urgentemente mudado. Immanuel Kant disse que o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Sendo assim, o simples fato de alguém possuir quaisquer tipos de deficiência auditiva não deve ser visto como obstáculo para a promoção da inclusão. Todavia, a própria educação mostra-se como principal obstáculo nessa vertente, visto que ainda não há uma quantidade suficiente de professores que dominam a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) no mercado de trabalho. Mostrando-se fundamental na formação da sociedade hodierna, a escola não faz o papel de vetor à inclusão social dos surdos, sendo que muitos ainda sofrem preconceito físico e verbal por parte dos colegas, e, por ocorrer, sobretudo, no ambiente escolar – instituição social com enorme fluxo de jovens e adolescentes –, o preconceito tende a aumentar exponencialmente. É mister, portanto, medidas para a resolução do impasse. Cabe ao Ministério da Educação tornar obrigatória a inclusão das Libras na grade curricular dos futuros professores, promovendo, desse modo, o apoio requerido pelos alunos surdos. Tal medida respeita também a máxima de Aristóteles que diz que deve-se tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida da sua desigualdade; dessa maneira, a inclusão dos deficiente auditivos na educação será, indubitavelmente, estimulada. Outrossim, a mídia televisiva deve incluir, na sua programação, propagandas e programas voltados, de modo intrínseco, ao respeito para com os surdos. Só assim, as inclusões educacional e social serão promovidas, amenizando este mal que assola a sociedade contemporânea.