O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, eleito em 2016, apresenta como um dos seus maiores projetos de governo a construção de um muro em toda a fronteira do seu país com o México, a fim de impedir a entrada de refugiados. Contudo, no cenário brasileiro, vê-se que há na área da educação um muro muito bem estruturado, infelizmente, quando analisa-se a problemática dos desafios para a formação educacional dos surdos no país, haja visto que esses enfrentam dificuldades em sua inclusão tanto na educação básica como durante a pós-graduação. Sendo assim, é notório que subterfúgios devem ser encontrados com o escopo de solucionar essa inercial problemática. Cabe pontuar, em primeiro plano, que a dificuldade na comunicação entre professores e alunos com deficiência auditiva- decorrente da ausência de profissionais bilíngues em libras- desestimula o aluno surdo a prosseguir seus estudos em escolas inclusivas, fato comprovado nos resultados de uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) que demonstrou uma queda substancial das matrículas de alunos surdos nas escolas inclusivas nos últimos anos. Ademais o estado psicológico do aluno muitas vezes é afetado,pois, à medida que não consegue acompanhar o ritmo dos outros alunos, devido às dificuldades na comunicação, esse se sente incapaz, podendo desenvolver muitas vezes problema de baixa autoestima. Não obstante, o preconceito, causado pela aversão ao diferente, quando preponderante, também fortalece a segregação do aluno e potencializa sua descriminação. Faz-se mister, ainda, destacar que o Brasil, desde os primórdios de sua formação, é estruturado por um modelo social excludente, em que todo o cidadão que desvia-se dos padrões estabelecidos, branco e abastado, sofre uma periferização social. Logo,nota-se que tal realidade reflete-se no revés enfrentado pelos surtos no país, esse que, mesmo possuindo a libras como segunda língua oficial possui apenas 5% da população fluente, desse modo, na prática, os surtos são marginalizados, inclusive no mercado de trabalho, onde poucos são contratados, não por serem incapazes, mas por serem diferentes. Entretanto, a frase "tem gente que desanda por falta de opção" da canção Pontes Indestrutíveis, da banda Charlie Brow Jr. , ratifica o porquê muitos surtos sentem-se estimulados a largar seus estudos e carreira profissional: ausência de boas oportunidades. Fica evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para resolver essa inadmissível situação. Compreende-se que a inclusão efetiva dos surtos na sociedade brasileira é de extrema importância para a construção de uma país mais justo, com equidade social e na educação. É imperativo ao Poder Legislativo, criar um projeto de lei que introduza o ensino de libras no currículo escolar, do ensino básico ao fundamental, mas também na grade de ensino de professores e licenciados, com o propósito de melhorar a comunicação desses com seus alunos, facilitando a aprendizagem. Por fim, o Ministério da Educação deve produzir campanhas em parceria com as mídias, a fim de valorizar o trabalho do surdos e sua inclusão no mercado de trabalho, conscientizando todos sobre a importância da diversidade, abafando, assim, todo preconceito. Dessarte, poderá dizer-se que no lugar de muros, no Brasil constroem-se pontes indestrutíveis.