Título da redação:

O Silêncio Espartano

Tema de redação: ENEM 2017 - Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil

Redação enviada em 27/12/2017

Conforme Albert Einstein, físico teórico alemão, é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito enraizado. Por esse viés, entende-se que mesmo com direitos pétreos estabelecidos na Carta Magna brasileira, os deficientes auditivos ainda vivem com certa exclusão na sociedade civil, que é diretamente ligada à problemática educacional dos mesmos, seja pela historiografia social, seja pela baixa ação sócio-governamental do país. Mormente, na antiga cidade-estado de Esparta, localizada na Europa, todos os recém-nascidos que apresentassem portar quaisquer deficiências físicas, sensoriais ou mentais eram imediatamente mortos, sendo considerados monstros perante à sociedade espartana. Outrossim, é perceptível que mesmo com a abolição de tal prática com o passar dos anos, tal repugnância persiste ligada intrinsecamente a um prisma histórico-social. Afinal, foi somente no século XIX, sob o governo de D. Pedro II, que o Brasil fundou sua primeira escola educacional para surdos, porém, sendo esta exclusivamente para imberbes do sexo masculino, excluindo as deficientes auditivas. Mesmo com a posterior inclusão de meninas às escolas especiais, e a também matrícula de surdos em instituições comuns, estes ainda sofrem com desafios na sociedade brasileira. Sob essa conjectura, segundo Immanuel Kant, filósofo prussiano, o homem é tudo aquilo que a educação faz dele. Mesmo sancionado o direito à educação dos deficientes conforme o artigo vigésimo sétimo da Constituição de 1988, tais portadores – dentre eles, os surdos – são discriminados na sociedade, sendo deixados em segundo plano por necessitarem de atenção especial no âmbito educacional, principalmente. Tal fato pode ser percebido pelos ínfimos atos governamentais de incluir e demonstrar a importância desses jovens na educação brasileira, o que acarreta numa maior ignorância dos civis com tal verdade. Embora caótico, tal cenário ainda é mutável. Destarte, é fulcral a importância para com a educação de deficientes auditivos na sociedade. Logo, cabe ao Governo, adjunto ao Ministério da Educação, implementar políticas públicas que demonstrem a efetiva participação dos surdos não só na educação, mas no âmbito social também, como palestras públicas que fomentem ainda mais a aprendizagem e o uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras –, para uma maior aproximação social. Ademais, cabe à esfera privada e à escola uma maior responsabilidade quanto às matrículas de tais jovens, para estes poderem ter acesso à educação, como já previsto constitucionalmente, diminuindo a discrepância dos alunos comuns com os alunos especiais. Somente sob tal ótica, o Brasil poder-se-á refutar a frase proferida por um dos maiores físicos já vistos.