No final do século XX, o psicólogo Frederic Skinner propôs que o comportamento do homem é a reverberação da influência que o meio exerce sobre ele. Sob tal ótica, percebe-se que, no Brasil, a atual situação escolar dos surdos é reflexo de um passado marcado pelo desamparo e exclusão desses. Dessa forma, surge a problemática dos desafios para inclusão dos deficientes auditivos no âmbito educacional, seja pela ausência do Estado, seja por padrões culturais repetidos pela sociedade. Em primeiro plano, a Constituição Federal de 1988 - norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro- assegura os direitos individuais e sociais como, por exemplo, igualdade e educação. No entanto, não há políticas públicas que contribuam, de fato, para a correta formação escolar dos surdos, corroborando, assim, o ferimento à dignidade desses.Prova disso se dá conforme dados do IBGE, os quais mostram que, nos últimos 6 anos, o número de alunos com deficiência auditiva matriculados nas escolas diminuiu mais da metade. Então, faz-se necessária a presença do governo a fim de garantir que, futuramente, os surdos sejam tratados com equidade e estejam inseridos, verdadeiramente, em todas as esferas sociais. De outra parte, a reprodução de costumes antigos- como o preconceito- contribui para um cenário ainda mais desafiador. Tal fato é explicado pelo filósofo Kant ao afirmar que o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Consoante isso, nota-se que a sociedade prefere não acreditar no potencial dos surdos, inclusive desmotivando-os, quando, na verdade, deveria-se explorar ao máximo suas competências.Ainda, nota-se que apesar de Libras ser a segunda língua oficial, poucas pessoas sabem ou se interessam em aprender. Logo, é imperioso que a população esteja ciente dos deveres sociais no intuito de atenuar o problema e, por consequência, garantir o crescimento conjunto de toda nação brasileira. Infere-se, portanto, que o debate acerca dos desafios para a formação educacional dos surdos é de extrema importância. Sendo assim, cabe ao Poder Executivo- por meio do Ministério da Educação- criar um plano educacional, divulgado nas mídias digitais, que estimule a matrícula dos surdos nas escolas brasileiras no intuito de oferecer condições igualitárias tanto no aprendizado como para o mercado de trabalho. Outrossim, as instituições de ensino devem organizar, campanhas, debates e oficinas de ensino - nas próprias escolas- que incentivem a sociedade a não ser complacente com a cultura de estereótipos. Dessa maneira, os deveres sociais não serão uma mera utopia no país.