A surdez certamente confere um significativo desafio individual e coletivo. Ou seja, trata-se de uma condição que dificulta não só os aspectos físicos de quem a porta como também sua rede de vínculos com pessoas e instituições, incluindo as de cunho educacional. De fato, a pouca frequências de deficientes auditivos no ensino superior e no mercado de trabalho reflete os desafios e as difiuldades relacionadas à formação educacional de surdos no Brasil. O desafio para a formação educacional de surdos no País está situado, principalmente, na dificuldade de transmissão de informações sobre as temáticas abordadas em sala. Tal fato contribui negativamente para a inclusão social do aluno surdo, que tende a interpretar o ambiente escolar como repulsivo e excludente. Além disso, é importante ressaltar que, no Brasil, a metodologia de ensino-aprendizagem, especialmente nas escolas, ainda se baseia, em grande parte, nas pedagogias de transmissão e de condicionamento. Estas conferem opções pedagógicas ineficazes para discentes com sudez, ja que nelas o estudante é posto na posição de um ouvinte submetido a uma série de informações transmitidas pelo professor e que devem ser reproduzidas, nao permitindo ao aluno questionar ou refletir sobre sua veracidade. Portanto, é necessário incrementar e/ou fomentar o aprendizado acerca da linguagem de sinais para mudos e surdos na formação de docentes e discentes, o que requer mudanças na grade curricular dos ensinos básico e superior. Ademais, é fundamental que o professor, durante a sua graduação, seja estimulado a adotar, em sala, a pedagogia da problematização. Ou seja, por meio do código de sinais, o profissional não so deve emitir conhecimento como também incitar o aluno a refletir de forma crítica sobre a sua veracidade, possibilitando, então, a formação do que Paulo Freire denominou de educação plena e libertadora.