Título da redação:

De conquistas legais e invisibilidade social

Tema de redação: ENEM 2017 - Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil

Redação enviada em 06/11/2017

Segundo o Filósofo Georg Hegel, a realidade é produto de momentos históricos. Sob esse viés, precisa-se evidenciar a inclusão - principalmente educacional - dos deficientes no contexto brasileiro, sobretudo dos auditivos, que por não expressarem limitações na forma física, resultam em negligências menos perceptíveis pela população. Em primeira instância, cabe citar a Carta Imperial de 1824 - primeira Constituição vigente no território nacional. Esta previa a extinção de diversos direitos dos deficientes, de modo a contribuir para o crescimento de uma sociedade preconceituosa e apática frente às necessidades dos afetados. Entretanto, após o estabelecimento da República Democrática, os indivíduos portadores de limitações tiveram direitos conquistados e consagrados na Constituição Cidadã de 1988 - dentre eles, a seguração do ensino inclusivo, com a utilização de tecnologias e a linguagem em Libras. Tal situação possibilita melhorias no sistema de ensino para surdos e respectiva abertura do mercado de trabalho. Isso denota a relevância da participação do poder legislativo na consolidação de realidades, em partes, igualitárias. Em contrapartida, cabe ressaltar a obsolescência das instituições acadêmicas e o despreparo profissional compondo-se como amplos empecilhos no que tange à formação educacional de inabilitados auditivos. Nota-se, no País, as múltiplas esferas educativas carecedoras de recursos e de corpo docente especializado. Por consequência, ocasiona-se eventual desinteresse da comunidade brasileira em aprender a linguagem de sinais, por exemplo, para estabelecer efetiva comunicação com os apresentadores de restrições. Logo, apesar de protegidos por lei, os deficientes auditivos continuam a perecer sob a ineficiência da aplicação dos meios legais - aspecto desafiador da formação estudantil desses. Diante do cenário apresentado, torna-se responsabilidade dos Governos Federal e Estaduais - por intermédio do Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais de Educação - promover o acesso à linguagem de sinais e à realidade do deficiente por meio da elaboração de cartilhas disponibilizadas nos âmbitos estudantis, a fim de conferir criticidade e, posterior engajamento civil sobre a problemática do ensino voltado aos surdos. Dessa forma, com o apoio e o conhecimento da população, o panorama deficitário se reverterá.