Título da redação:

A injusta justiça brasileira

Tema de redação: ENEM 2017 - Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil

Redação enviada em 07/12/2017

O atraso de 50 anos na implantação de uma escola para surdos no Brasil escancara que o letargio para com esses povos é uma herança histórica. Assim, desde o descaso público na criação de instituições para o devido atendimento no processo de formação intelectual, até o preconceito social sofrido por deficientes auditivos no País Tupiniquim, demonstram que as limitações educacionais vão além das lacunas entre a lei constitucional e aquela que, de fato, é aplicada. Logo, os entraves no preparatório educacional devem ser combatidos por meio do diálogo entre o Estado e a sociedade civil. Sob o as vendas negligenciadoras estatais, o despreparo é percebido tanto na escacez de instituições especializadas na formação de indivíduos surdos, quanto na inaplicabilidade do Artigo 27 presente na Carta Magna — que prevê o sistema de educação inclusivo e de qualidade aos deficientes. Dessa forma, a ineficiência do pleno direito à instrução gera a falta de isonomia e marginalização deste grupo à sociedade intelectual, fato visto na dificuldade de aceitação dos deficientes no mercado de trabalho. Consequentemente, a incapacidade das pessoas possuidoras da limitação auditiva de alcançar uma situação de autonomia na vida interpessoal e financeira permanece enfatizando a injusta justiça brasileira. Face ao prisma de inserção sociológica, Zygmunt Bauman predissera: "O egocentrismo é uma característica da pós-modernidade."; portanto, a sobreposição de interesses e a pacividade em relação às questões de âmbito social estabelecem o preconceito e a violência simbólica — estudada por Pierre Bourdieu, como a agressão psicológica, vista nas piadas exclusivas discriminatórias. Nessa perspectiva, mesmo que consideremos vivenciar a "Era da globalização", o segregacionismo permanece na construção de muros limitantes do desenvolvimento comunal. Urge, pois, que a instauração da maior aplicabilidade das leis vigentes, pela criação, mediada pelo Ministério Público, de um órgão fiscalizador eficiente que possa punir com multas aqueles estabelecimentos que não aceitem pessoas surdas; amedrontará os segregacionistas e diminuirá as condições adversas ao bom convívio. E, ainda, a mobilização de debates nas mídias virtuais, com as vítimas da exclusão auditiva, clarearia a mente de preconceituosos. Sendo assim, a ampla aceitação do diferente mobilizará atitudes altruístas da sociedade como um todo. Simbolicamente, desmoralizando os muros de injustiças.