Evidenciadas as radicais transformações tecnológicas na sociedade, iniciadas na Revolução Industrial, o acesso à informação configurou-se como uma das maiores riquezas do homem. Desde o século XIX, ao invés de metais preciosos ou exércitos fortes, a posse sobre esse recurso revela-se como uma importante ferramenta de poder. No entanto, à medida em que esses meios se difundem e são consumidos, em massa, são geradas sérias ameaças à integridade da comunicação como direito civil e social do cidadão e como Instituição democrática. Nesse sentido, o principal dentre esses riscos é o desmantelamento institucional da liberdade e autenticidade da informação por determinados interesses. Isso se deve à facil influência sobre a população que exerce o indivíduo detentor dos veículos comunicativos, principalmente quando estes são regidos por um sistema de monopólio, seja estatal, seja privado. Essa afronta pode ser confirmada tanto por exemplos históricos, como a censura generalizada das ditaduras nazista alemã e militar brasileira, como por teses sociológicas como a de Karl Marx e da Escola de Frankfurt, que apontam para os meios de comunicação como ferramentas para a manutenção de uma ordem sociopolítica vigente. É essencial, portanto, que o cidadão desenvolva um maior discernimento próprio, dificultando a sua subjugação. Paralelamente a isso, há outras ameaças ao uso civil da informação, sendo, também, consequências diretas da sua massificação, ao longo das Revoluções Industriais. Esse processo levou ao crescimento exponencial da interação do indivíduo com os seus veículos - sobretudo, a internet -, que se deu de modo descontrolado, com o passar do tempo, isto é, sem grande fiscalização. Desse modo, vivenciamos hoje uma plétora de transgressões e crimes de abuso dentro dos meios de comunicação, catalisados pela exposição e contato entre diferentes pontos de vista nesse ambiente. A democratização da informação, portanto, expôs a sociedade a suas contradições, promovendo a agressividade e, até mesmo, a violação de direitos. Existem, finalmente, alternativas para uma maior segurança da integridade e manutenção desses nossos direitos. Entre elas, está a possibilidade de criação de uma agência de regulação das atividades midiáticas pelo Ministério das Comunicações, de modo a proibir práticas de monopólio, como holdings, por parte de empresas do ramo. Ademais, é papel das escolas promover debates que possam construir a capacidade do indivíduo de questionar a veracidade da informação que lhe é oferecida e criar sua própria opinião.