A “participação social e a transparência” expressas por Jean- Jacques Rousseau para definir a democracia ganha impulso com o advento dos veículos midiáticos. Entretanto, o que o filósofo evocava como ideal democrático não contava com a manipulação midiática ancorada em discursos sensacionalistas capazes de distorcer a opinião pública tão recorrentes no Brasil. Nesse âmbito, apesar dos veículos midiáticos serem fundamentais para a promoção do regime democrático a ideologia de imparcialidade midiática contrapõe a finalidade principal dos veículos de informação que é promover as atividades educativas, culturais e informativas, o que precisa de soluções urgentes. A princípio, é necessário destacar que a internet é uma importante ferramenta de informação que contribui para que haja a participação social uma vez que ela possibilita a interação entre os cidadãos. Uma evidência desse fato foi a enorme proporção do engajamento popular com o lema “não é só 0,20”, em 2013, o qual ganhou força e notoriedade por meio da internet. Essa ferramenta possibilitou com que os grupos sociais diversos aderissem a essas manifestações, levando para as ruas outras reivindicações, como a melhora dos serviços públicos e o combate à corrupção. Desse modo, tais iniciativas são possíveis, já que a distância entre os indivíduos e a política é reduzida, facilitando a militância social e a formação de do senso crítico que é essencial para o exercício de cidadania. Entretanto, embora esteja evidente os benefícios do acesso à internet, ao se analisar o apelo midiático em prol dos algoritmos de visualizações, percebe-se a inexistência da imparcialidade midiática nociva aos cidadãos que não possuem a capacidade de percepção dessa alienação. Isso pode ser explicado segundo o sociólogo Jessé Souza, o qual diz que a mídia é responsável pela divulgações de ideias dominantes, visando apenas interesses econômicos e camuflar o principal problema do país que é a desigualdade social. A respeito disso, sabe-se que durante o período da Ditadura Militar a mídia foi usada para atender os interesses da elite política e econômica para tirar a atenção dos cidadãos diante dos problemas reais. Desse modo, infere-se que essa alienação midiática tem raízes históricas que reverberam na sociedade e acarreta a falta de consciência coletiva, neutralizando a relevância que possui. É evidente, portanto, que a manipulação midiática é um entrave para a promoção do regime democrático. Por isso, é imprescindível que as Instituições de Ensino- por seu papel na formação do senso crítico- promova a consciência acerca falsa ideia de imparcialidade midiática e os males que a alienação provoca na sociedade, por meio de palestras e debates com o apoio de profissionais especializados no assunto, a fim de proteger os cidadãos contra os interesses midiáticos.