A censura no período da Ditadura Militar no Brasil dificultou o acesso às notícias pelos brasileiros, com o objetivo de esconder a realidade pela qual o país passava. Entretanto, o término desse regime associado ao progresso tecnológico vivenciado no final do século XX significou um grande avanço na democratização da informação. Porém, se por um lado esse progresso mostra-se eficiente, por outro, caracteriza-se como perigoso devido à veracidade dos fatos e ao poder de manipulação, cabendo avaliar as causas e consequências desse problema. É preciso considerar, antes de tudo, a autonomia dada à população em divulgar e ter acesso aos fatos. O artigo V da Constituição Cidadã de 1988 e o Marco civil da internet garantem liberdade de expressão aos brasileiros, os quais divulgam opiniões pessoais sobre acontecimentos, principalmente nas redes sociais. Porém, muitos indivíduos vivem presos apenas ao que é anunciado na internet, quer seja por sites de notícias, quer seja pelos próprios internautas, e nem sempre procuram verificar a verdade do ocorrido e atêm-se a sensacionalismos. Diante disso, cria-se uma sociedade mal informada e fora da realidade, que não toma decisões pessoais, políticas e ideológicas de forma certa e racional, mas baseadas no que lhes é dito. Somando-se a isso, é imprescindível pontuar a nova face da imprensa. A mídia, também chamada de “o quarto poder”, é uma grande formadora da opinião pública e exerce enorme influência na democracia do país. Porém, sua principal forma de informação, o jornalismo, perde sua imparcialidade, indo de acordo com o que ditam os grupos dominantes. Frente a isso, a população leiga, a qual se limita ao que é passado no rádio ou na televisão, torna-se sujeita a alienação e submetida às ideologias dos donos dos meios de produção. Fica evidente, portanto, que o progresso tecnológico não caminha lado a lado com o informacional. Sendo assim, é preciso que o Governo Federal crie campanhas midiáticas de conscientização sobre a importância de estar atento ao que é noticiado, procurando verificar a veracidade dos fatos. Acresce-se a isso o papel fundamental das escolas em criar projetos, palestras e mesas redondas para colocar em pauta o acesso à informação e a construção de uma opinião baseada na realidade.