O sociólogo alemão Max Weber constatou o afastamento da população das decisões políticas com o crescimento do Estado e da burocracia. Sabendo disso, a imprensa torna-se um valioso instrumento democrático ao viabilizar à população o conhecimento da esfera pública, possibilitando o exercício consciente da cidadania. Como bem disse Karl Marx, a imprensa deve denunciar constantemente seus dirigentes e zelar pela liberdade. No Brasil, entretanto, diversos fatores interferem na qualidade e no acesso à informação. O alto índice de violência contra jornalistas, partindo inclusive de agentes do Estado, além da monopolização dos meios de comunicação colocou o país na 104° posição de um ranking mundial organizado pela instituição francesa Repórteres Sem Fronteiras. A concentração da mídia coloca os profissionais que trabalham em determinados veículos de comunicação sujeitos ao posicionamento político-ideológico dos donos dos mesmos, os quais fazem parte de uma elite dominante empenhada na manutenção do status quo. Por exemplo, sabe-se que a ditadura militar sustentou-se por 20 anos por contar com o apoio da grande mídia brasileira. Nesse sentido, a internet revolucionou os meios de comunicação ao ampliar o público e interligá-lo, levando informação quase instantânea e criando uma teia global. Fomentando a criação de diversos canais, sites e blogs independentes. O que é positivo, pois a pluralidade de pensamentos é salutar à democracia, do embate de ideias surge a percepção mais abrangente dos problemas e da realidade social. Porém, ao dar voz a muitos desinformados, na web circulam notícias fragmentadas cujas fontes são questionáveis. Mas com discernimento, o internauta pode acessar documentos importantes e sites respeitáveis. O Wikileaks, que objetiva desmascarar farsas políticas, é um exemplo. Contudo, no Brasil 42% da população encontra-se excluída do acesso digital por motivos econômicos. Um Estado democrático de direito deve defender a liberdade de expressão e proporcionar o livre acesso à informação. Deve, portanto, tomar medidas para garantir a segurança física dos profissionais da comunicação. Coibir a hegemonização da mídia, além de apoiar e incentivar canais independentes. Ainda mais importante que a informação em si, está a capacidade crítica para analisar e compreender os dados, por conseguinte, uma educação pública de qualidade faz-se indispensável.