Título da redação:

Estado de desinformação

Tema de redação: Democratização da Informação no Brasil: Existe, de fato, liberdade de informação?

Redação enviada em 13/06/2016

O advento da internet resultou em um, nunca antes visto, acesso quase ilimitado a conteúdos, e este, vem sido garantido a um contingente cada vez maior da população. Mas, esses conteúdos, não podem ser considerados, a priori, informação, pois é o processo de análise crítica desses que constitui o ato de informar-se, o qual não é realizado pela maior parte da população, que não tem a base educacional para fazer-lo. Portanto, não se pode dizer que a informação é garantida à todos os brasileiros, independentemente do crescimento do número de pessoas que, devido ao acesso à internet, podem obter notícias instantâneas do que acontece no país e no mundo. O que pode ocorrer, de fato, é o inverso, onde o excesso de fontes e a manipulação de dados, confundem aquele que não pode analisar todas as informações que recebe, e as aceita como verdade, quando, as vezes, não as são, caracterizando um processo de desinformação. Esse processo de desinformação, se instala, em escala generalizada; devido à deficiente capacidade de analise crítica do cidadão brasileiro, vinda de herança da má educação que a maioria destes recebem em seus anos de escola; se intensifica, mais ainda, quando somado à enorme desigualdade social do país, onde a classe dominante, com excelentes bases educacionais em escolas particulares, tem interesse na suceptibilidade dos mais pobres, que podem, desprivilegiados do poder da informação, serem mais facilmente dominados, eganados e explorados, o que resulta em um quadro de desinteresse na solução do problema, definindo um ciclo que não vê fim. Além disso, pode ser usado como uma ferramenta alienadora, que, manipalados dados e estatisticas, pode apresentar uma ideia de realidade que não se configura na prática, sendo, portanto, um criador de imagens e ideologias, mostrando-se, assim, a desinformação como arma poderosa de dominação, a qual nem todos estão sujeitos, pois aqueles que têm boas bases educacionais, conseguem realizar uma analise crítica e se defenderem, ao serem seletivos no que tomam como verdade. Por isso, o melhor jeito de se garantir informação à todos é, primeiramente, garantir boa educação à todos. Investindo-se em educação, teriam-se escolas com mais infraestrutura, não só em termos estruturais, como também em termos de corpo docente, que poderiam garantir educação melhor à uma parcela maior da população. Não basta somente uma maior disponibilidade de recursos, mas também uma maior preocupação com a administração destes, cabendo ao povo eleger governantes capazes disso. Dessa maneira, a população educada e crítica fica capaz de se informar, quebrando o ciclo da dominação e do monopólio informacional, ficando, essa, sujeita a tomar como verdadeiro aquilo que seu senso crítico, após analisar um conteúdo, julga correto. Finalmente, obtendo informação de fato, livra-se da desinformação.