Título da redação:

Democratização da informação: Contra o “cálice” da liberdade de expressão

Tema de redação: Democratização da Informação no Brasil: Existe, de fato, liberdade de informação?

Redação enviada em 05/06/2016

Certa vez, o canto Caetano Veloso produziu a música “É proibido proibir”, fazendo, através dela, críticas à falta de liberdade de expressão. Nesse contexto ditatorial em que o Brasil passou, de 1964 a 1985, as notícias eram manipuladas com o intuito de atender aos interesses dos militares. Entretanto, mesmo com os avanços significativos da democracia, a informação, por muitas vezes, é camuflada e até mesmo negada, seja para atender aos interesses da imprensa privada, seja pela exclusão digital que ainda persiste no país. É indubitável que a imprensa privada possa controlar a informação de acordo com os seus interesses. De acordo com Karl Marx as ideias dominantes de uma época são as ideias da classe dominante. De modo análogo, é possível perceber que as emissoras de televisão, formadoras de opinião de massa, por vezes, omitem determinadas informações, a fim de coordenar as opiniões do telespectador. Isso pode ser observado, por exemplo, na mídia sensacionalista, em que o jornalista apresenta apenas um lado de determinado caso e omite o outro. Outrossim, cabe ressaltar a exclusão digital como impulsionadora dessa problemática. Como a imprensa, que só chegou ao Brasil com a Coroa Portuguesa, em 1808, e decorrente dela a criação de folhetins e livros, que eram direcionados à aristocracia e à burguesia em detrimento de outras ordens sociais, atualmente as novas mídias não atendem a toda população, seja por fatores locacionais ou sociais. Dessa maneira, embora muitos avanços sociais tenham acontecido e que a Constituição de 1988 garanta o direito de informação a toda população, muitas pessoas ainda são excluídas, limitando, assim, o conhecimento e a atuação na realidade nacional. É evidente, portanto, que a democratização da informação ainda não se completou no Brasil. Para atenuar essa problemática, é necessário à conscientização das emissoras de televisão a respeito de sua programação, porém, mais do que isso, os cidadãos em geral precisão ser conscientizados para que selecionem e reflitam de forma crítica sobre as notícias apresentadas, isso pode ser feito através de campanhas de ONGs e até mesmo pelas emissoras. Ademais, o Governo federal, aliado as esferas estaduais e municipais, deveria levar meios que permitam a informação em locais mais isolados, como a internet e a televisão. Só assim, minimizando as causas do problema, o “Cálice” da liberdade será superado no Brasil.