Título da redação:

Democratização da desinformação

Tema de redação: Democratização da Informação no Brasil: Existe, de fato, liberdade de informação?

Redação enviada em 27/06/2016

A Terceira Revolução Industrial, que entrou em vigor em meados do século XX, proporcionou grandes avanços no que tange à tecnologia da informação. Engana-se, porém, quem pensa que, com a chegada da internet, o acesso à informação ficou menos manipulado. Em outras palavras, a internet, assim como a televisão e rádio, pode ser usada como massa de manobra. Um questionamento simples pode comprovar o fato supramencionado: por que alguns sites apresentam anúncios de produtos que têm a ver com pesquisas posteriores do usuário? A resposta está no “Big Data”, que de maneira resumida, pode ser definido como a análise de grandes quantidades de dados para a geração de resultados. O Google, por exemplo, manipula o que é visto na internet. O buscador usa diversos critérios para apresentar o resultado da pesquisa. Outrossim, como observa a pensadora brasileira Marilena Chauí, nos meios de comunicação, a figura do patrocinador determina o conteúdo e a forma de outros programas, ainda que não patrocinados por ele. Ou seja, da mesma forma que acontece nas televisões e rádios, as empresas podem oferecer patrocínio a sites e portais de notícias, o que acarreta no desaparecimento do direito à informação e, consequentemente, deixa os usuários desinformados ou mal informados. Trata-se, portanto, de um problema que só pode ser resolvido se exposto a uma série de combinações. O Estado, por meio de leis, deve tornar obrigatória a informação de que há patrocínios de empresas, mesmo quando a mesma não apareça de maneira explícita no meio de comunicação que patrocina. As empresas, por sua vez, precisam ser mais transparentes e pautadas pela ética, informando aos consumidores os objetivos do produto e o porquê de estarem anunciando em determinado ambiente (sites, rádios, jornais, entre outros). Já os cidadãos, esses afetados diretamente pela desinformação, necessitam olhar o mundo de maneira mais crítica e pautar suas opiniões pela razão e não pelo senso comum, isto é, devem ser adeptos ao questionamento, à procura da verdade imutável.