Desde a revolução da escrita, passando pelo advento da imprensa de Gutenberg e da fotografia, introdutora da cultura da imagem, até a era digital atual, a mídia, em maior ou menor escala, esteve presente em nossas vidas. Contudo, com o surgimento da World Wide Web, um novo meio de conhecimento emergiu e modificou o processo informacional. Em primeiro lugar, o avanço tecnológico dos meios de comunicação proporcionou o acesso a uma maior quantidade de informações, essas que nem sempre são verdadeiras. Com um pouco de criatividade, é possível produzir facilmente um boato e, em pouco tempo, conquistar o engajamento de milhares de internautas. Isso ocorre porque, diante da imensidão de dados na internet, o brasileiro comum não possui um senso crítico desenvolvido, logo não verifica a veracidade das notícias. Concomitantemente, o processo informacional, no contexto dos meios de comunicação de massa, mudou. Antes, esse processo ocorria de maneira unidirecional, no qual o receptor da mensagem apenas consumia o conteúdo. Agora, ele passou a ser multilateral. O emissor e o receptor trocam de lugar constantemente, passando o segundo a produzir conteúdo acerca do que recebeu do primeiro. Um exemplo disso foram as manifestações nas redes sociais contra a matéria “Bela, recatada e do lar” da revista Veja. As pessoas manifestaram as suas opiniões a respeito dela, sendo esses pontos de vista curtidos e compartilhados pelos seus receptores. Fica claro, portanto, que o contexto digital atual transformou tanto os meios de informação como a forma de recebê-la e produzi-la. Á vista disso, as instituições de ensino devem educar, por meio de análises dos recursos linguísticos utilizados na internet, de formar a estimular o desenvolvimento do censo crítico dos cidadãos. Dessa maneira, os indivíduos poderão receber as notícias e emitir opinião sobre elas conscientemente.