Se Aristóteles visitasse o Brasil do século XXI, se espantaria com tamanha semelhança à sua Alegoria da Caverna. Desde a supressão até a dificuldade de lidar com o conhecimento informativo, essa gente bronzeada mostra imensa intertextualidade. A primeira afinidade atual com o mito grego se dá pela consequência da concentração da informação nas mãos de uma minoria. Há uma veiculação tendenciosa e representante dos interesses desses poucos, que prejudicam o saber. As noticias são manipuladas para mal formar uma ideia, vide a parca noção que temos sobre descobertas cientificas que nos dizem respeito como os transgênicos. Meio a fase técnico-cientifico-informacional, ser informado tem um preço e segrega aqueles que são, daqueles que não podem pagar. Mesmo a internet, que era a menina dos olhos da democracia passa a ser controlada por empresas que transmitem o que as é necessário. A segunda se encontra no aprisionamento das pessoas pela falta de informação. É uma seca fisiológica informativa. Assim como uma planta que não pode absorver água congelada, uma população sem senso critico não assimila informação. Somos tolhidos em nossas liberdades pela educação sem qualidade que não nos ensina a refletir ou interpretar dados e muito menos nos cativa a procurar o novo. As leis são o melhor exemplo desse entrave, pois são redigidas numa linguagem altamente técnica e acadêmica impedindo o cidadão comum de conhecer seus direitos e deveres, ferindo conceitos democráticos. Portanto, vivemos numa falso governo do povo e gozamos de uma falsa liberdade. Precisamos de um braço fiscalizador ativo nas políticas midiáticas, assegurando a veiculação dos interesses comuns. E ainda, uma revolução educacional, que nos ensine a pensar e descobrir, não apenas a obedecer ou reproduzir. Com o manejo justo das verbas publicas é possível para governo, sociedade e escolas a construção de um Brasil dignamente informado.