Título da redação:

A Filodoxia dos Monopólios Midiáticos

Tema de redação: Democratização da Informação no Brasil: Existe, de fato, liberdade de informação?

Redação enviada em 29/05/2016

Johannes Gutemberg, ao aperfeiçoar a imprensa e os tipos móveis, estava, na mentalidade europeia, criando as bases para a liberdade de expressão e comunicação em massa, no século XVI, no Renascimento. Meio século depois, Joseph Goebbels descobre um poderoso uso da propaganda: manipulação da opinião pública , o qual foi expresso em sua célebre frase "Uma mentira repetida mil vezes torna-se uma verdade". Será que a informação a qual atinge a população é livre de carga ideológica? Primeiramente, deve ser dada maior ênfase ao fato de que as maiores agências de notícias do mundo contemporâneo são monopólios de grupos empresariais, como a britânica Reuters, a francesa France Press , a alemã Wolff e a brasileira Globo. Desse modo, a informação contida nas notícias seguirá o interesse dos segmentos sociais mais favorecidos economicamente, as elites, seja por meio da coleta de dados socioeconômicos sobre seu público-alvo, seja pela propaganda ideológica, realizada inclusive pelas agências europeias citadas, durante a Segunda Guerra Mundial. Nesse contexto, o Liberalismo, filosofia social surgida durante o Iluminismo, no século XIX, teve um interessante papel: ao mesmo tempo que fortaleceu os direitos individuais, criou um modelo econômico/político de acúmulo de poucos e consequente exclusão da maioria, de maneira que essa estrutura se refletiu também na comunicação. Dominado por grupos empresariais, o atual modelo midiático se assemelha até ao "Pão e Circo" romano, pois consiste em desviar a atenção da população acerca de sua verdadeira realidade, visando a manutenção dos privilégios da classe média alta: foi descoberto que a propaganda mais eficiente era aquela que não ocorre nos intervalos comerciais. Nesse viés, é imprescindível discorrer sobre a internet, aclamada por todos como a esperança da democratização da informação: ela criaria espaço para uma enorme diversidade de opiniões e descentralização das fontes de informações. Entretanto, essa projeção não condiz com a realidade, uma vez que resultados de uma pesquisa feita pelo Instituto Reuters de Estudos do Jornalismo apontam que as instituições que dominam a imprensa física também imperam no meio digital: o portal G1, da Globo, é o mais usado como fonte de informação pela maioria dos internautas. Em suma, a problemática da manipulação da mídia é intensa no Brasil, pois desenvolve-se um unilateralismo na informação que bloqueia a visão da realidade. Como faziam os sofistas, as agências de notícias distorcem o contexto sociopolítico da nação segundo os interesses de seus proprietários. Para reverter esse quadro, deve-se criar uma polifonia de vozes, opiniões e perspectivas de mundo, possível de ser alcançada pela promoção de projetos, pelas prefeituras junto ao MEC, que possibilitem aos cidadãos participação na elaboração de jornais e notícias.