Platão em sua metáfora da alegoria da caverna buscou demonstrar como as percepções humanas sobre o mundo podem ser ilusórias. Analogamente a essa reflexão, observa-se na contemporaneidade a alienação promovida pelos meios de comunicação. No Brasil, a influência das mídias na opinião popular é histórica e remonta ao governo populista de Getúlio Vargas com o programa Hora do Brasil. Atualmente, mesmo após o término da ditadura militar e da redemocratização do país, a informação permanece à mercê da classe dominante. As notícias, teoricamente devem ser imparciais, transmitindo o fato inteiramente como ocorreram. Contudo, a simples seleção de substantivos transmite opiniões implícitas e induzem pensamentos na população. Um exemplo disso está nas manchetes dos jornais que chamam de menor os jovens de baixo poder aquisitivo e de adolescente aqueles de classe média alta, embora ambos tenham cometido alguma infração no fato relatado. Com isso, transmitem um teor preconceituoso muitas vezes imperceptível ao leitor, que o reproduz em sua vida cotidiana. Outro fator que demonstra essa alienação está nas informações transmitidas na internet, que são difundidas e ganham repercussão rapidamente, porém, muitas das vezes não possuem sua veracidade confirmada e promovem a construção de opiniões equivocadas. Nesse sentido, obter informações não significa estar plenamente informado, uma vez que essa pode não ser pertinente. Entende-se, portanto, que a democratização da informação não está consolidada no Brasil e que é necessário discernimento da sociedade diante das informações veiculadas pelos meios de divulgação de notícias. Nesse aspecto as instituições de ensino devem estimular o pensamento crítico em seus discentes por meio de aulas que abordem a temática da manipulação das mídias e indagações a respeito. Ademais, a implementação pelo Estado de órgãos fiscalizadores que visem investigar a veracidade das informações divulgadas pelos inúmeros meios de comunicação também é relevante.