Título da redação:

AS BRECHAS DA DEMOCRACIA DISFARÇADA DE OPRESSÃO

Tema de redação: Cyberbullying e o avanço da tecnologia nos desvios da moralidade.

Redação enviada em 15/07/2015

No ano de 2011, um vídeo de um garoto que reage ao bullying, agredindo a outra criança que o provoca, rodou o mundo e reacendeu uma antiga discussão sobre o problema. Contudo, o que chama atenção, hoje, é que o bullying, antes praticado apenas na escola, agora ultrapassa fronteiras e encontra outra grande aliada, a internet. Nesse contexto, é preciso admitir que, com o avanço da tecnologia de comunicação, o chamado cyberbullying se intensificou causando transtornos psicológicos para as vítimas, além disso, a falta de identificação do agressor dificulta a sua disseminação. Em primeiro plano, deve-se admitir que na internet, mensagens, fotos e comentários depreciativos se alastram rapidamente, tornando o cyberbullying mais perverso e difícil de combater. Com isso, as pessoas vítimas desses ataques acabam adquirindo problemas psicológicos, como a depressão e a fobia de sair nas ruas. Infelizmente, uma vítima fatal desse crime foi a canadense Amanda Todd, adolescente que se suicidou após ser vítima de uma campanha de perseguições e intimidações pela internet. Isso mostra o nível das relações interpessoais na sociedade contemporânea, baseada no egocentrismo e superficialismo. Além disso, a falsa sensação de impunidade sentida pelo agressor, por não ter sua identidade revelada, mostra o lado mais hipócrita e sombrio do ser humano. As pessoas, cada dia mais falam o que pensam sem se importarem com as consequências, expondo seus preconceitos e opiniões sem se importar com os demais. A frase do grande filósofo Pierre Bourdieu, “Aquilo que foi criado como instrumento de democracia direta, não dever ser convertida em mecanismos de opressão simbólica”, mostra a realidade do mundo virtual, pois a internet que deveria ser usada apenas para o bem da sociedade, se revela um instrumento de desrespeito ao próximo. Fica evidente, portanto, que apesar da constante inovação tecnológica, práticas ofensivas realizadas na rede virtual ainda existem e precisam ser combatidas. Para isso, o governo poderia distribuir cartilhas educacionais voltadas para o assunto nas escolas, para que as crianças aprendam desde cedo o quanto isso é errado. As ONG’s, poderiam promover palestras com ex- vítimas do cyberbullying. A família, deve educar as crianças a não cometerem esse tipo de coisa e denunciarem se presenciarem algo do tipo. Pois, não podemos agora, dar um mundo melhor para eles, mas podemos dar ao mundo filhos melhores.