O Brasil é hoje a nona maior economia mundial, segundo o Fundo Monetário Internacional. Entretanto, apesar de seu considerável poder econômico, o país vive hoje um grave crise no sistema carcerário evidenciada pelas constantes rebeliões, fugas e assassinatos nos presídios, como ocorrido no início de 2018 em Roraima, e em 2017 no Rio Grande do Norte. Nesse contexto, percebe-se a urgente necessidade de um debate acerca dessa crise que vêm ocorrendo e se intensificando não só por causa da superlotação, mas também em razão da problemática organização dos presídios. É necessário considerar, a princípio, a superlotação como uma das principais causas do problema. O Brasil está entre os quatro países com maior número de pessoas encarceradas no mundo com aproximadamente 600 mil pessoas, mas o único desses em que a estatística continua em crescimento, de acordo com levantamento do Portal G1. Por outro lado, ainda de acordo com o G1, 40% desses presos, isto é, 240 mil, nem se quer foram julgadas, e aguardam julgamento, às vezes, ao lado de assassinos condenados, o que piora ainda mais a situação. Com isso, é possível enxergar a irresponsável situação que o país chegou graças à uma péssima administração dos presídios, e é inaceitável que o Estado não faça reformas imediatas no sistema prisional para resolver ela. Outrossim, é inegável que a arcaica organização do sistema carcerário brasileiro atual não seja visto como um influenciador do problema. Ao contrário da maioria dos países, o Brasil segue um caminho de construção de cada vez mais presídios, muitos deles voltados exclusivamente para a punição, e não na ressocialização. Evidência disso é a falta de áreas focadas na educação e no trabalho da população carcerária na maioria dos presídios. Logo, perce-se o ciclo vicioso que é gerado: o preso acaba tendo uma pena exclusivamente focada na punição, e ao voltar para o regime semi-aberto, muitas vezes sem opção, acaba por cometer crimes que irão levar-lo novamente ao presídio, não resultando em outra coisa se não mais violência e crise no sistema carcerário para o Brasil. Torna-se evidente, portanto, que o Brasil passa por uma crise grave nos presídios que precisa ser resolvida. Para que isso ocorra, faz-se necessário que o Pode Legislativo promova um grande reforma na atual política do sistema carcerário, para que se inclua novas diretrizes nos programas de ressocialização, reformulando-os, e na parte de construção dos presídios, para que se inclua áreas destinadas à ressocialização dos presos, como bibliotecas e salas de aula, seja para o regime aberto, seja para o fechado. Assim, será possível garantir um futuro melhor para essas pessoas e eventualmente para o país, que só tem como se beneficiar de tais medidas, condizendo com sua atual posição no ranking das maiores economias.