É possível afirmar que um dos grandes desafios que permeia a sociedade brasileira é a questão das crianças em situação de rua. Essa problemática é complexa, uma vez que envolve fatores sociais de caráter moral, público e familiar. Nota-se nesse sentido que a alta vulnerabilidade infantil advém da omissão dos setores governamentais em garantir direitos fundamentais como saúde, educação, alimentação e moradia. Desse modo, tais elementos contribuem para um cenário em que meninos e meninas são vítimas da invisibilidade e protagonistas de um destino inserto. Em primeira análise, cabe pontuar que, segundo uma pesquisa censitária da CONANDA (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), no Brasil há cerca de 24 mil crianças e adolescentes vivendo nas ruas. Diante desses dados é perceptível a carência de políticas sociais e ações efetivas que vise sanar as raízes do problema. Assim sendo, um dos fatores que contribui para que esse fato ocorra são os relacionamentos de convivência familiar desarmoniosa, em que brigas constantes, abusos físicos, morais e psicológicos fazem com que o indivíduo veja a rua como a única opção de solucionar o problema. Somando a isso, é importante ressaltar que uma pesquisa realizada pelo Cenário da Infância e Adolescência no Brasil, revelou que 17,3 milhões de crianças e adolescentes até 14 anos vivem em domicílios de baixa renda, dos quais 5,8 milhões em situação de extrema pobreza. Logo, é perceptível que a desigualdade social, a má distribuição de renda e a falta de assistência, são os elementos principais que contribui para tal vulnerabilidade de infantil, assim a rua passa a ser apenas uma forma de manter a sua sobrevivência. Portanto, medidas são necessárias para resolver esses impasses. Dessa forma, é imprescindível que sociedade e autoridades governamentais responsáveis, tenham um olhar mais crítico sobre as questões relacionadas à infância. Nesse sentido, o Governo em todas as esferas (Municipal, Estadual e Federal), deve visar projetos que façam a educação ser o pilar da sociedade, com estruturas educacionais que integrem tanto as crianças como as famílias, assim garantindo a inclusão social desses indivíduos. Nesse sentido, a criação de centros especializados que atenda as necessidades básicas como saúde, alimentação, educação e moradia ajudaram a garantir a equidade de direitos e isonomia social, uma vez que nossas crianças são as responsáveis pelo futuro do país.