De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), todo infante tem direito à vida, à saúde, à educação e à moradia. Contudo, no hodierno, cerca de 150 milhões de jovens vivem nas ruas, conforme alertam especialistas da ONU. Dessa forma, é indiscutível a necessidade de analisar os fatores que corroboram com o abandono de menores. A princípio, pode-se destacar que o uso de drogas está ligado com esse processo. Segundo o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), cerca de 80% dos casos de abandono de crianças e adolescentes acontecem devido a dependência química dos pais. Nessa conjuntura, é notório que não só o ECA, como também o Estado não estão cumprindo seu papel e isso está acarretando problemas sociais no Brasil. Ademais, outro fator que colabora com o abandono de infantes é a gravidez precoce. Conforme a ONU, das mulheres grávidas no mundos, 2 milhões possuem idade igual ou menor que 15 anos. Posto isso, sabe-se que a adolescência é um período de construção social e por isso é comum que garotas que engravidam cedo doem seus filhos, pois não apresentam capacitação psicológica e tampouco financeira para cuidar de uma criança. Urge, portanto, que medidas sejam tomadas com intuito de coibir o número de jovens que são abandonados. Para isso, é necessário que o Estado junto com o Ministério da Educação e Cultura (MEC) invistam em um projeto que crie dentro das escolas mini cômodos para os adolescentes que não possuem chance considerável de serem adotados, e devem investir em cursos profissionalizantes para que estes possam ser inseridos no mercado de trabalho. Dessa maneira, os adolescentes que vivem nas ruas desde crianças poderão ter um futuro melhor. Além disso, é necessário que o Ministério da Justiça (MJ) junto com a Polícia Federal investiguem, localizem e prendam os principais traficantes para que o consumo de drogas diminua e com isso o número de infantes abandonados pare de crescer.