Na Segunda fase do Modernismo brasileiro, foi publicada a obra “Capitães da Areia” de Jorge Amado. O livro é uma ficção que narra a vida de menores abandonados nas ruas de Salvador. Sobre essa ótica, no Brasil isso é uma realidade visto que há certo desamparo familiar e um grande descaso governamental. Em primeiro lugar, deve-se destacar que as famílias possuem o importante papel na formação dos indivíduos. Segundo o jornal Data Folha 46% da população brasileira é muito pobre, o que muitas vezes faz com que pais optem por abandonar seus filhos nas ruas por não terem uma situação financeira estável para os criarem. Consequentemente, tais jovens não possuem identidade registrada nem um endereço fixo, o que dificulta o registro deles nas escolas, além disso, inexiste a possibilidade de tonarem-se empregados o que os leva a aderir a pequenos furtos para subsidiar na sua sobrevivência. Outrossim, a negligência governamental quanto às políticas com o fito de tirar esses menores da rua têm agravado o problema. A constituição Federal de 1988 garante que o Estado deve assegurar à criança e ao adolescente os direitos à vida, educação e saúde. No entanto, conforme Zygmunt Bauman, quando o poder público não cumpre suas obrigações ela torna-se uma instituição Zumbi. Nesse contexto, análogo a constituição, a qual encontra-se deturpada no cenário brasileiro já que o número de crianças em situação de rua aumenta, o que, aliada a violência física e sexual sofrida por eles e o envolvimento com crimes e drogas intensifica o seu estado. Diante do exposto, medidas são necessárias para a solução do problema. Cabe o Ministério da Educação, juntamente com o Poder Legislativo, sancionar uma lei a qual obrigue a todas as instituições públicas de ensino a realizarem matrículas dessa população, sem burocracia quanto aos documentos e ao endereço delas, com a finalidade de garantir o direito à educação a essa parcela da sociedade. Assim episódios iguais aos que foram narrados no livro de Jorge Amado, poderão ser evitados ou diminuídos gradativamente.