No final do século XVIII, período do auge da primeira Revolução Industrial, era comum a utilização do trabalho infantil nas fábricas.Trabalhando, muitas vezes, o dia inteiro e em condições precárias, as crianças não possuíam perspectiva de um futuro melhor, pois era difícil o acesso à educação e à saúde, dentre outros elementos. Essa dificuldade em ter acesso a elementos básicos, infelizmente, perdurou ao longo do tempo, e, atualmente, é fator constante no cotidiano de crianças que vivem nas ruas. Portanto, é necessário que soluções sejam encontradas para reverter esse panorama. Há pouco tempo, foram comemorados os 25 anos de criação do ECA, que é o Estatuto da Criança e do Adolescente. Nele, é assegurado a esse público uma série de direitos inalienáveis, como educação, saúde, moradia e lazer. No entanto, é evidente que, para as crianças em situação de rua, tais direitos são apenas miragens, reflexos do que, na prática, deveria acontecer. Isso ocorre, em grande parte, devido à pouca mobilização dos órgãos governamentais, cuja responsabilidade de assegurar esses direitos é, muitas vezes, negligenciada. Dessa forma, a inércia dos órgãos públicos explicita o desprezo para com a situação degradante de milhares de crianças, que, apesar da pouca idade, não deixam de ser cidadãos. Além disso, é fundamental analisar os possíveis motivos que levam essas pessoas a morar nas ruas. A violência dentro da própria casa é, indubitavelmente, um desses motivos, e por isso deve ser fortemente combatida. Vale destacar, ainda, que essas pessoas, morando nas ruas, vivem em situação de vulnerabilidade social, visto o alto nível de exposição à violência urbana e às drogas. Assim, atingidas por essas mazelas e marginalizadas por muitos, o retorno a uma vida mais digna torna-se cada vez mais difícil. Dessa maneira, urge encontrar soluções para esse dilema. Primeiramente, é importante que projetos sociais de apoio à criança de rua, juntamente com a assistência social, promovam campanhas de resgaste desses menores, a fim de abrigá-los em centros de acolhimento, e de devolvê-los ao seio familiar- caso não seja nele constatado nenhum tipo de violência- , cadastrando essas famílias em programas de auxílio governamental, como o Bolsa Família. Por conseguinte, esses indivíduos terão expectativas de uma vida digna.