A Declaração Universal dos Direitos das Crianças– principal documentação que serve de referência ao exercício da cidadania aplicada aos menores – assegura a todos o direito à moradia. Entretanto, os frequentes casos de jovens em situação de rua no Brasil evidenciam que não são todos os indivíduos que usufruem dessa norma na prática. Sob essa óptica, dois aspectos não devem ser negligenciados, como a questão familiar e o uso de drogas. Em primeiro lugar, é importante destacar que grande parte dos desabrigados vêm de uma família com problemas de estruturação. À vista disso, percebe-se que, de acordo com os gráficos disponibilizado pela plataforma “Gazeta do Povo”, os principais motivos que envolvem realização desse ato estão relacionados a entraves como violência doméstica, verbal e sexual. Com efeito, os menores presentes na rua ficam desprotegidos de atenção e acabam, por maioria das vezes, desconectando do ambiente escolar. Logo, torna-se inaceitável a situação atual, visto que, para o filósofo Immanuel Kant a educação tem papel fundamental no que tange a composição dos cidadãos. Além disso, em consequência da desconexão desses jovens às escolas, a possibilidade de outras mazelas, como o consumo de drogas, torna-se pertinente. Nesse sentido, vê-se o aproveitamento de traficantes, oportunos pela inocência dos pequenos, com o incentivo à utilização de entorpecentes e até mesmo a participação nas vendas dos tóxicos. Dessa forma, caracterizado no Livro “Capitães de Areia”, o escritor Jorge Amando consegue descrever a realidade vivida por essas crianças e, principalmente, como elas estão sujeitas aos empecilhos de viver na rua. Fica claro, portanto, que a situação das crianças de rua é um problema na sociedade e, por isso, deve ser combatido. Desse modo, é dever do Governo Federal seguir as normas previstas pela Declaração Universal estabelecendo o direito à moradia aos pequenos desabrigados. Tal ação poderá ser contemplada com a criação de espaços educativos e de reabilitação, com a finalidade de que esses jovens estejam preparados para o retorno aos seus respectivos lares. Além disso, o Conselho Tutelar deverá ter uma maior atenção ao relacionamento familiar dos envolvidos, com visitas domiciliares mensais, para que tais atos não aconteçam novamente. Talvez com esses procedimentos o Brasil consiga reverter a atualidade, fazendo com que esses entraves sejam vistos apenas no livro de Jorge Amado.