A realidade das crianças que vivem em situação de rua aborda um amplo aspecto de problemas sociais e econômicos, os quais vão muito além do simples fato de viverem em uma calçada ou uma esquina. No Brasil hodierno, torna-se recorrente ver adolescentes abandonados pelas cidades, assim revelando a falta de amparo jurídico-social ao qual eles são submetidos. Com isso, para diminuir os índices de jovens que moram nas ruas, ao mesmo tempo em que os reintegram à sociedade, faz-se necessário cumprir as leis relativas a essa problemática assim como ampliar projetos de cunho social. De início, vale ressaltar que, apesar de presentes na atual Carta Magna do país, vários preceitos não são cumpridos. Sob essa perspectiva, o artigo 6º da Constituição Federal vigente relata que é garantido a todos os cidadãos brasileiros o direito à moradia. Contudo, não é o que acontece na realidade, pois como verificado em estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, existe cerca de 100 mil pessoas em situação de rua, das quais um quinto são crianças. Por conseguinte, fica claro que urge a efetivação dos textos constitucionais do Brasil para mitigar a precária realidade dos jovens de rua. Ademais, em outra análise, a falta de empatia de parte da população aliada a pouca quantidade de projetos sociais relacionados à problemática agrava a situação das crianças de rua. Nessa perspectiva, elas se encontram em um estado de invisibilidade social. Assim, uma maior quantidade de projetos sociais com um intuito empático pode ajudar a melhorar essa situação, já que seriam responsáveis por acolher, educar e ressocializá-las, como já é realizado por algumas organizações não governamentais, tal como a Projeto Axé, que atua na educação e na defesa dos direitos de crianças e adolescentes, principalmente os que moram nas ruas. Destarte, percebe-se que urge executar as leis e aumentar a quantidade de projetos sociais referentes a esses problemas para diminuir os índices de jovens nas ruas e aumentar suas qualidades de vida. Portanto, é inexorável que o Estado, por meio do Ministério de Desenvolvimento Social, busque a efetivação dos artigos constitucionais bem como elabore projetos político-sociais que ofereçam um maior amparo jurídico e social às crianças de rua. Ademais, incumbe às organizações não governamentais em consonância com a sociedade civil praticarem o conceito de empatia nas microrelações sociais como também aumentarem a quantidade de projetos sociais que tenham como fim aumentar ajudar essas pessoas para que, de fato, mitigue-se a quantidade de crianças em situação de rua no Brasil.