A sociedade moderna sofre, até hoje, as implicações das bruscas mudanças que ocorreram para a sua atual modelação, essas acarretadas pelos processos socioeconômicos ocorridos ainda no século XVIII. No que tange a esse assunto, a situação de moradores de rua, dentre eles crianças, é uma realidade atual a qual choca pelo número dessa juventude em situação de rua que vem aumentando sua margem percentual. Com o advento da Revolução Industrial, a sociedade passou a se moldar ao cotidiano fabril que ia em contramão aos antigos costumes de modo de produção artesanal e familiar, o qual o trabalhador possuía um ofício, estava ciente de todo o processo de fabricação de seu produto e tinha como ajudante a sua família. Com o surgimento do capitalismo industrial, essas famílias foram obrigadas a praticar o êxodo rural por não conseguirem competir com a grandes fábricas que estavam surgindo. Com isso, a grande massa de pessoas, que vinha em busca de emprego, não encontrou planejamento urbano, pois as cidades não estavam preparadas para receber um contingente populacional tão grande. O resultado foi milhares de pessoas em situação de rua, dentre elas crianças, que eram excessivamente exploradas por serem mão-de-obra barata. No mundo, 150 milhões de crianças estão morando nas ruas. No Brasil, 21 mil vivem nessas situações precárias a mercê de exploração sexual, violência e maus-tratos. Dados que revelam uma realidade tangível que configura a situação de abandono e rejeição por parte da sociedade a qual estigmatiza e consequentemente discrimina esses jovens que moram nas ruas. A partir do entendimento sobre o processo que levou as crianças à situação de rua, pode-se traçar soluções para sanar esse problema. Para isso, é imprescindível o apoio do governo, patrocinando campanhas para retirar as crianças da rua. Para atingir tal objetivo, se faz necessário o levantamento mensal do número de crianças que moram nas ruas para a eventual construção de institutos ou casas de apoio à criança moradora de rua, lugar onde trabalhariam uma equipe de pedagogos, assistentes sociais e psicólogos, bem como o oferecimento de cursos profissionalizantes, visando uma futura inserção da criança já adulta no mercado de trabalho. Também o apoio da mídia nacional produzindo propagandas que revelam a situação sofrível dos jovens que moram nas ruas no intuito de acabar com a discriminação.