Educação, cultura, saúde respeito e dignidade são alguns dos direitos das crianças e dos adolescentes estabelecidos pelo ECA. Entretanto, muitos jovens não possuem acesso a esses direitos básicos - são 150 milhões de crianças em situação de rua no mundo, privados de seus direitos fundamentais os quais devem ser a elas garantidos, seja por meio de políticas públicas, seja pela inserção social. No Brasil, cerca de 23 mil crianças e adolescentes estão em situação de rua, quase metade na faixa de idade entre os 12 e 15 anos; 59% dormem em casa e trabalham na rua, para sobreviver; desse número, 39% vendem produtos pequenos, revelam dados do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA). Para entender o que torna esses números grandes, é necessário entender a origem do problema - violência doméstica, abuso sexual e situação de pobreza extrema são os principais motivos que levam às ruas as crianças - e então agir ali, como prevenção. Bem como entender as causas é necessário entender o que a situação causa, isto é, seus efeitos. Más condições de vida, alimentação e saúde, assim como a baixa escolaridade são consequências da vida nas ruas. Também, o trabalho infantil, para sobrevivência, a marginalização e o preconceito afetam negativamente a vida das crianças - 36% são impedidas de entrar em estabelecimentos conerciais, 13% de receber atendimento na rede de saúde. Tudo isso reforça a privação dos direitos essenciais da criança e do adolescente, que deveriam ser-lhes garantidos. Logo, deve-se garantir às crianças em situação de rua seus direitos, tal qual são garantidos a crianças em boas condições financeiras. A primeira medida a ser tomada é o encorajamento à denúncia quanto a violência doméstica e ao abuso, e a eficiência da policia civil em agir. Contudo, a principal forma de realizar uma inserção social e diminuir o preconceito existente para com as crianças nas ruas é incluí-las nas políticas públicas já existentes, apenas adaptando-as, além de oferecer a essas crianças uma outra alternativa, como um abrigo temporário, o que pode ser feito pelo ECA, pelo CONANDA em parceria com o Ministério da Justiça e Cidadania.