Na literatura brasileira, a partir da década de 30 passou-se a retratar a realidade dentro do contexto no qual estava inserida, com uma perspectiva crítica. Jorge Ama_ do publicou em 1937 o drama Capitães da Areia, que descreve a vida de um grupo de crianças e adolescentes abandonados que vivem na rua e roubam para sobreviver. Mais de 70 anos se passaram e essa realidade ainda é comum no Brasil, sendo muitas vezes, ignorada pela sociedade. Já passam de 150 milhões de crianças vivendo nas ruas em todo o mundo, privadas de seus direitos básicos e demandam soluções. Dessa forma, nasce a necessidade de atenção e ações sobre a questão a fim de melhorar a qualidade e das vidas e oferecer dignidade ao futuro do país. As crianças e os adolescentes são seres humanos que assim como todos não são des_ cartáveis e possuem direitos. A Constituição da República em seu artigo 6º afirma, entre outros, como um direito social de todos, a moradia, o que é violado aos indivíduos em situação de rua incluindo as mais de 21 mil crianças que vivem nas ruas no país. Dentre os motivos para chegar nesse cenário, estão os problemas familiares, si_ tuações de algum tipo de violência, maus-tratos, abusos, a extrema pobreza, por negligência e problemas com o envolvimento com drogas. Ou seja, geralmente já existe uma situ_ ação que não é notada, que passa despercebida ao Governo. Além disso, o ECA, Estatuto da criança e do adolescente, determina que é dever da família, da comunidade e da sociedade em geral, o asseguramento dos direitos aos indivíduos. Sendo assim, ao ignorar a situação verificada nas ruas do país, todos são res_ ponsabilizados pelo negligenciamento do direito que essas crianças possuem. Dessa for_ ma, torna-se necessária a prevenção enquanto é possível e a garantia da resolu_ ção e devolução dos direitos omitidos Torna-se evidente, portanto, a necessidade de uma intensificação da proteção social do Governo, através da Política Nacional de Assistência Social do SUAS, com seus projetos, programas, serviços e benefícios de prevenção, assim como ações que po_ ssam restabelecer os direitos perdidos das crianças em situação de rua. A mídia, por meio de ficções engajadas deve abordar a questão que é pouco retra_ tada, e cumprir assim, seu papel social. Sendo assim, será possível melhorar e oferecer uma vida digna àqueles que são o futuro do país.