Segundo a Constituição brasileira de 1988 é assegurado a todos os brasileiros o direito à propriedade e à segurança. Em contraposição, a realidade do Brasil e de outros países pelo mundo é marcada por crianças em situação de rua, as quais são mais suscetíveis de serem exploradas sexualmente ou de se envolverem com o crime. Nesse sentido, fatores de ordem histórica e governamental caracterizam a problemática. É importante pontuar, de início, o fato de a Revolução Francesa ter afirmado e disseminado o lema: igualdade, liberdade e fraternidade entre todos os indivíduos da sociedade. Contudo, quando se observa a condição de vida das crianças que vivem na rua, percebe-se que seus direitos não apenas deixam de ser assegurados, visto que não apresentam moradia, como também passam a ser violados. Tal fator pode ser ratificado pelo fato de que 30% dessas crianças no Brasil já terem sido ameaçadas de morte ou sofreram tentativa de homicídio. Outrossim, o descaso do governo para com essa parcela da população fomenta ainda mais a questão. Devido ao déficit habitacional presente em várias cidades, no qual algumas pessoas vivem em moradias de risco e precisam da assistência do Estado para sair desses lugares, esses indivíduos são mais propensos a morar nas ruas. Com isso, muitas famílias perdem suas casas e, inclusive os filhos que são mais vulneráveis, passam a viver em condições insalubres. Tal fator pode ser corroborado pela obra Capitães de areia, de Jorge Amado, que conta a história de um grupo de crianças e adolescentes que moravam nas ruas, em ambiente de promiscuidade, e praticavam furtos para sobreviver. É notória, portanto, a relevância de fatores de cunho histórico e governamental na temática supracitada. Nesse viés, cabe ao governo, por intermédio de seus órgãos responsáveis, o papel de assegurar os direitos desses indivíduos. Tal medida pode ser efetivada por meio da construção de estabelecimentos próprios para o acolhimento das crianças para que elas possam receber mantimentos e cuidados até serem levadas a um orfanato para serem adotadas. Ademais, é fundamental que o Estado invista no combate ao déficit habitacional para que as famílias possam ser dirigidas a moradias adequadas. Para isso é necessário a construção de novas casas e fornecimento de certa ajuda financeira para essas pessoas. Dessa forma, será possível reduzir e até solucionar a questão.